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+Saúde Quarta-feira, 17 de Julho de 2024, 09:37 - A | A

17 de Julho de 2024, 09h:37 - A | A

+Saúde / uso excessivo

Como o celular e as redes sociais afetam os adolescentes?

Com alguns cuidados simples é possível fazer o uso equilibrado e responsável dessas tecnologias



Segundo um levantamento realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, aproximadamente 89% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos (24,3 milhões) do país está conectada em sites e aplicativos diariamente. E a maioria, cerca de 95%, usa o celular como principal meio para esses acessos.  

O uso excessivo de celular e redes sociais pode ter diversos efeitos negativos na saúde mental, física e social dos adolescentes. Ainda mais em uma fase que já é marcada por muitas mudanças significativas, como a puberdade e formação do cérebro adulto.  

A psicóloga e coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Pequeno Príncipe, Angelita Wisnieski da Silva, pontua que a satisfação imediata gerada pelo uso das redes sociais pode levar a um mecanismo cerebral de dependência. Ou seja, gera uma desordem neurológica que afeta o sistema de recompensa do cérebro, que necessita cada vez mais desse consumo.

“Se os pais notarem perda de interesse pelos estímulos reais e cotidianos em um nível que só as redes sociais parecem satisfazer, precisam buscar ajuda especializada”, alerta.  

Geração ansiosa - Estudos indicam que a exposição excessiva às telas está correlacionada com o aumento da ansiedade entre adolescentes.

O uso frequente de dispositivos digitais gera um excesso de estímulos, sobrecarregando o cérebro em desenvolvimento. Além disso, interfere em atividades essenciais como brincar, socializar, descansar e alimentar-se adequadamente.  

De acordo com a psicóloga Marjorie Rodrigues Wanderley, do Hospital Pequeno Príncipe, dois principais fatores estão relacionados ao aumento dos casos de ansiedade. São eles: a frequência e o modo de uso.  

Quanto à frequência, uma exposição a telas por um tempo excessivo acaba gerando um excesso de estímulos com os quais o cérebro não está preparado para lidar. Já o modo de uso diz respeito ao conteúdo. Por exemplo, jogos digitais e redes sociais oferecem estímulos visuais e sonoros intensos e recompensas frequentes, o que pode levar a uma produção excessiva de dopamina no cérebro. Embora seja conhecida como neurotransmissor da felicidade, a substância em excesso pode causar ansiedade devido ao ritmo acelerado no qual se dá o mundo digital.

O uso excessivo e sem ponderação pode afetar o desenvolvimento cognitivo, emocional e social, gerando problemas como:

dificuldades de aprendizado, atenção, concentração e comunicação;

interferência na capacidade de criatividade e na solução de problemas;

problemas de autoestima, autoimagem e autoconfiança;

quadros de ansiedade, impulsividade, depressão e isolamento;

alto risco de golpes e cyberbullying (intimidações e agressões no ambiente virtual);

privação do sono e atividades físicas, bem como alimentação inadequada;

problemas de visão e de postura.

Dicas para pais e cuidadores

seja um bom exemplo e fique atento ao próprio tempo de exposição às telas;

deixe o celular de lado em momentos de convivência para dar atenção às interações reais;

proporcione interações reais em diferentes ambientes e com pessoas de outras gerações;

proporcione estímulos atrativos, como jogos e desafios, que geram satisfação, diversão e fortalecimento dos vínculos;

ajude o adolescente a desenvolver estratégias para lidar com a realidade, como o vazio e o tédio. Afinal, o cotidiano não é sempre satisfatório e divertido;

incentive e apoie o adolescente a encontrar propósitos, motivações e satisfações com a vida real;

mantenha e estimule relações de afeto e vínculos de confiança para que o adolescente reconheça seu lugar de pertencimento fora das redes sociais;

estabeleça limites de uso de telas, supervisione e priorize jogos e filmes com fins educativos, com o intuito de estimular o desenvolvimento cognitivo;

monitore as redes sociais do adolescente, tanto observando com quem ocorrem as interações quanto perguntando e conversando a respeito.  

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