Catraca Livre
As consequências do estresse vivido na meia-idade podem ser mais significativas do que muitos imaginam, com potenciais implicações no desenvolvimento de Alzheimer e outras demências mais tarde na vida. No Brasil, um país já reconhecido por seus altos níveis de estresse, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse estudo ressoa com uma urgência. O que leva alguém a ter Alzheimer? Um estudo recente, divulgado na renomada revista científica Annals of Neurology, aponta para uma correlação preocupante entre eventos estressantes significativos nesse período da vida e o aumento no risco de condições neurológicas, como o Alzheimer.
Então, como o estresse afeta a saúde mental?
A pesquisa busca entender como determinados eventos, como crises financeiras, desemprego, luto e separações, podem contribuir para o desenvolvimento futuro de desordens como o Alzheimer, dada a presença de neuroinflamação e acúmulo de proteínas betamiloide no cérebro, fatores chave no avanço de tais doenças. Apesar da hipótese inicial dos pesquisadores não ser plenamente confirmada – a relação direta entre estresse generalizado e neuroinflamação –, o estudo revelou que o acúmulo de eventos estressantes na meia-idade é particularmente nocivo, potencializando o risco de declínio cognitivo e demências. A análise revelou que tanto na meia-idade quanto na infância há susceptibilidade ao impacto negativo do estresse no risco de doenças neurológicas futuras. Mulheres e pessoas com histórico de doenças neurológicas se mostraram mais vulneráveis, acentuando a importância do gerenciamento de estresse.
O que mais devemos fazer para evitar o Alzheimer?
Segundo os especialistas, atenção à saúde mental e um estilo de vida que reduza o estresse são estratégias vitais na prevenção de demências. Atividades físicas, suporte social, práticas de meditação e atenção plena, além de terapias e medicação também podem ajudar na prevenção. O estudo enfatiza a busca por um equilíbrio que possibilite a redução de riscos associados à depressão e estresse crônico, fatores que, somados, potencializam significativamente o risco de desenvolvimento de Alzheimer e outras demências. Atualmente, exames de sangue e testes de biomarcadores também estão sendo desenvolvidos para auxiliar no diagnóstico precoce do Alzheimer.