A data de, 18 de outubro foi celebrado o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, doença, que ainda representa um importante desafio para a saúde pública no Brasil.
A sífilis, causada pela bactéria Treponema pallidum, é uma infecção sexualmente transmissível que também pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação. Embora seja uma doença curável e com tratamento amplamente disponível na rede pública, os índices continuam altos em todo o país — o que reforça a necessidade de ações educativas permanentes e de vigilância contínua.
No Brasil, a taxa entre adultos é de 99 casos por 100 mil habitantes; entre gestantes é de 32 por 100 mil; e em bebês, 10 a cada 100 mil nascem com sífilis congênita.
As lesões podem surgir em locais como intravaginal ou no reto. Mesmo quando desaparecem espontaneamente, a infecção permanece no organismo e pode evoluir
O infectologista Tobias Garcez, do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), ressalta que a sífilis é conhecida como “a grande imitadora”, justamente pela variedade de sintomas que podem se confundir com outras doenças.
Comumente se apresenta nos estágios iniciais como uma úlcera genital com bordas elevadas, fundo seco, indolor, mas na maioria das vezes passa despercebido.
“Até 30% dos pacientes não percebem ou sequer apresentam sinais na fase inicial. As lesões podem surgir em locais pouco visíveis, como intravaginal ou no reto. Mesmo quando desaparecem espontaneamente, a infecção permanece no organismo e pode evoluir com o tempo, quando não tratada”, destaca o médico.
Na fase secundária, a manifestação são manchas por todo o corpo acompanhadas ou não de febre. Nesta fase, ela também pode sumir espontaneamente, e se manifestar a longo prazo com problemas cardíacos e neurológicos.
Garcez explica que, em qualquer fase, a sífilis pode ser transmitida; e pode afetar o sistema nervoso, causando a chamada neurossífilis, uma forma grave que exige tratamento hospitalar. O diagnóstico é feito pela combinação de sinais clínicos e exames laboratoriais, como o VDRL, que também é usado para acompanhar a resposta ao tratamento.
O tratamento é simples e eficaz, realizado com penicilina benzatina (benzetacil), cuja dose varia conforme o estágio da doença. “A sífilis tem cura, e o teste é rápido e gratuito. O mais importante é garantir que todas as pessoas tenham acesso à informação, diagnóstico e tratamento, especialmente as gestantes e seus parceiros”, reforça Garcez.