POR TALITA DUVANEL
Cauã Reymond está preparado para receber mais um escapulário para sua coleção. Todo ano, uma tia-avó lhe dá o amuleto de presente de Natal. Ele não reclama da repetição. Muito pelo contrário, adora. É uma forma de agradecer pelas boas coisas que a vida tem lhe dado desde que estreou em rede nacional no papel de Mau-mau, em “Malhação”, em 2002. Só neste ano, atuou na série “Dois irmãos”, inspirada no romance de Milton Hatoum, e ainda grava “Ilha de ferro” (sem data para estrear na TV aberta).
Também coproduziu e estrelou o filme “Não devore meu coração”, participou de dois longas com estreia prevista para 2018 e assinou contrato para a produção de muitos outros. Ah, ainda arranjou tempo para se desligar do mundo na Itália, na Costa Rica e nos Estados Unidos, alguns dos destinos que visitou nos últimos meses.
— Há bastante tempo, tenho tido anos bons. Não há muito do que reclamar — brinca o “menino do Rio”, de 37 anos.
ueixar-se não é mesmo a praia de Cauã. No último domingo, quando fotografamos este ensaio no hotel Santa Teresa Rio MGallery by Sofitel, ele tinha dormido apenas duas horas. Ficou agitado por causa da luta de boxe entre Vasyl Lomachenko e Guillermo Rigondeaux, que aconteceu na noite anterior, e não conseguiu pegar no sono. No entanto, 15 minutinhos sem camisa ao sol foram suficientes para recuperar as energias antes das fotos que ilustram essas páginas e também para os pedidos dos fãs que surgiram no meio do caminho. Na hora do clique da imagem de capa, em plena rua Almirante Alexandrino, uma menina, que ia fazer um book para a festa de 15 anos, quis complementar o álbum com um selfie ao lado de Cauã. Pedido feito, pedido atendido.
— Eu lido bem (com a fama). Sempre trato todo mundo com muita educação. Você pega a manha, não é? — diz ele, referindo-se também ao comportamento com os jornalistas. — Vi a imprensa mudando com a chegada da internet e fui adquirindo know-how sobre como proteger o que sinto que é privado.
Do que considera particular, no topo da lista está a filha Sofia, fruto do relacionamento com a atriz Grazi Massafera, terminado em 2013. A menina, de 5 anos, já sabe que os pais são famosos e até dá uma “força” para os desconhecidos que chegam perto da família.
— Outro dia, estávamos juntos e apareceram umas pessoas querendo uma foto comigo. Ela falou: “vai lá e tira, papai” — brinca o ator, que, como pai esforçado, faz até parte do grupo de WhatsApp da escola da menina. — Não me pronuncio muito, mas sempre dou uma checada.
O aplicativo de mensagens, aliás, não para. Cauã é do tipo que está sempre conectado e respondendo com áudio. Fica, inclusive, indignado quando manda mensagem para alguém que está on-line, mas não responde. Típico de gente que faz um milhão de coisas ao mesmo tempo. Os fãs de astrologia podem até dizer que isso está escrito nas estrelas, assunto que faz parte da vida de Cauã desde pequeno, por causa da mãe astróloga.
— Sou Touro com ascendente em Peixes. Minha mãe sempre fala que Peixes molha a terra de Touro, faz lama, ajuda no trabalho, dá sensibilidade. Mas meu signo mesmo é muito pé no chão, me faz pensar lá na frente.
E haja assunto para pensar nesse futuro. São mais de cinco longas sob o teto de sua produtora, a Sereno Filmes. No ano que vem, dois lançamentos, que, apesar de diametralmente opostos, exigiram muito de seu talento. No primeiro, programado para fevereiro, ele aparece ao lado de Tatá Werneck. Os dois interpretam policiais em busca de serial killer na comédia “Uma dupla”. A história, diz ele, partiu de sua cabeça (o roteiro, no entanto, é de Ana Reber e Leandro Muniz, pois Cauã não tem planos de escrever ou dirigir), mas nem por isso foi fácil a execução.
— Vinha fazendo muitos dramas pesados e, quando me vi numa comédia, fiquei apavorado. Mas me impulsionou como ator, me tirou da zona de conforto — reflete. — E eu adoro a Tatá, ela é um gênio, o que me fez correr atrás.
Amigos na vida real, Tatá faz graça com o dia em que o viu pela primeira vez, quando nem sonhava em dividir um set com o “galã”. Ela tremeu nas bases:
— Ainda não estava na TV e era bem nova. Pensei: “Cauã vai me olhar e tudo ao redor vai congelar. Ele vai tirar todos de perto e me perguntar por onde andei todo esse tempo”. Mas ele nem me viu.
Apesar das brincadeiras, Tatá fala sério ao contar como o amigo gosta de se envolver nos processos de criação fora de cena.
— Sou fã da sua intuição e técnica. Isso me coloca numa posição em que metade contraceno, metade o observo. Ele tem um processo totalmente diferente do meu, de saber tudo o que está ao redor. E precisa voltar a fazer comédia, porque tem um tempo preciso e um carisma ímpar! Você ri e quer levá-lo para casa ao mesmo tempo — diz a apresentadora do programa “Lady Night”.
Cauã fazendo piada com Tatá certamente não vai deixar tanta gente de boca aberta como o filme “Piedade”, do cineasta Cláudio Assis, o mesmo de “Amarelo Manga” e “Baixio das Bestas”, ainda sem data de estreia definida. No longa, Cauã e Matheus Nachtergaele transam, o que já tem aguçado a curiosidade de meio mundo. O carioca não quis entrar em detalhes sobre o que vai aparecer, mas o diretor do longa não viu problemas em adiantar alguns pormenores.
— Tem nu, tem “coisas” de Cauã, “coisas” de Matheus — diz Cláudio Assis, de forma bem-humorada. — Não tem penetração, mas um clima que leva a pensar nisso. É bem sugestivo. São cenas fortes e, digamos, calientes.
Cauã aceitou o papel antes mesmo de saber sobre o personagem. Nem imaginava também que uma das colegas de elenco seria Fernanda Montenegro:
— Estava em Portugal no ano passado, procurando locações para um filme que estou produzindo, quando tocou meu telefone. Atendi e ouvi: “Ô cabra safado, sabe quem tá falando? É Cláudio Assis. Queres fazer meu filme?”. Falei que sim. “Queres fazer mesmo sem ler”? Disse, de novo, sim. O roteiro não estava pronto neste dia, mas, quando li, adorei. É uma história linda. Sou fã desse cinema de arte, de resistência.
O audiovisual, de fato, é o meio em que ele se sente mais à vontade. Teatro, quase não há em seu currículo. Não por falta de vontade, mas por falta de tempo, até para correr atrás de patrocínios num momento em que ninguém quer abrir a carteira. Mas não que falte grana na conta do ator. Ele é um dos mais requisitados quando o assunto é publicidade no Brasil. Marcas de luxo internacionais, por exemplo, acham que ele é o cara perfeito para falar com os brasileiros. Tanto que foi escolhido como embaixador da Giorgio Armani no país (ou “Homem Armani”, como ele prefere chamar) e da Land Rover. Para as marcas nacionais, um espaço na disputada agenda sempre é reservado para a Lupo e recentemente também para a Colcci, que o fotografou em Nova York, ao lado de Marina Ruy Barbosa, para a campanha de outono-inverno, a ser veiculada em fevereiro.
Jeziel Moraes, diretor-criativo da linha masculina da Colcci, explica que o nome de Cauã apareceu em primeiro lugar numa pesquisa encomendada pela empresa, com uma diferença enorme para o segundo e terceiro colocados. Nem o fato de ele ter trabalhado há pouco tempo para a concorrente Ellus impediu que a proposta fosse feita.
Amigos na vida real, Tatá faz graça com o dia em que o viu pela primeira vez, quando nem sonhava em dividir um set com o “galã”. Ela tremeu nas bases:
— Ainda não estava na TV e era bem nova. Pensei: “Cauã vai me olhar e tudo ao redor vai congelar. Ele vai tirar todos de perto e me perguntar por onde andei todo esse tempo”. Mas ele nem me viu.
Apesar das brincadeiras, Tatá fala sério ao contar como o amigo gosta de se envolver nos processos de criação fora de cena.
— Sou fã da sua intuição e técnica. Isso me coloca numa posição em que metade contraceno, metade o observo. Ele tem um processo totalmente diferente do meu, de saber tudo o que está ao redor. E precisa voltar a fazer comédia, porque tem um tempo preciso e um carisma ímpar! Você ri e quer levá-lo para casa ao mesmo tempo — diz a apresentadora do programa “Lady Night”.
Cauã fazendo piada com Tatá certamente não vai deixar tanta gente de boca aberta como o filme “Piedade”, do cineasta Cláudio Assis, o mesmo de “Amarelo Manga” e “Baixio das Bestas”, ainda sem data de estreia definida. No longa, Cauã e Matheus Nachtergaele transam, o que já tem aguçado a curiosidade de meio mundo. O carioca não quis entrar em detalhes sobre o que vai aparecer, mas o diretor do longa não viu problemas em adiantar alguns pormenores.
— Tem nu, tem “coisas” de Cauã, “coisas” de Matheus — diz Cláudio Assis, de forma bem-humorada. — Não tem penetração, mas um clima que leva a pensar nisso. É bem sugestivo. São cenas fortes e, digamos, calientes.
Cauã aceitou o papel antes mesmo de saber sobre o personagem. Nem imaginava também que uma das colegas de elenco seria Fernanda Montenegro:
— Estava em Portugal no ano passado, procurando locações para um filme que estou produzindo, quando tocou meu telefone. Atendi e ouvi: “Ô cabra safado, sabe quem tá falando? É Cláudio Assis. Queres fazer meu filme?”. Falei que sim. “Queres fazer mesmo sem ler”? Disse, de novo, sim. O roteiro não estava pronto neste dia, mas, quando li, adorei. É uma história linda. Sou fã desse cinema de arte, de resistência.
O audiovisual, de fato, é o meio em que ele se sente mais à vontade. Teatro, quase não há em seu currículo. Não por falta de vontade, mas por falta de tempo, até para correr atrás de patrocínios num momento em que ninguém quer abrir a carteira. Mas não que falte grana na conta do ator. Ele é um dos mais requisitados quando o assunto é publicidade no Brasil. Marcas de luxo internacionais, por exemplo, acham que ele é o cara perfeito para falar com os brasileiros. Tanto que foi escolhido como embaixador da Giorgio Armani no país (ou “Homem Armani”, como ele prefere chamar) e da Land Rover. Para as marcas nacionais, um espaço na disputada agenda sempre é reservado para a Lupo e recentemente também para a Colcci, que o fotografou em Nova York, ao lado de Marina Ruy Barbosa, para a campanha de outono-inverno, a ser veiculada em fevereiro.
Jeziel Moraes, diretor-criativo da linha masculina da Colcci, explica que o nome de Cauã apareceu em primeiro lugar numa pesquisa encomendada pela empresa, com uma diferença enorme para o segundo e terceiro colocados. Nem o fato de ele ter trabalhado há pouco tempo para a concorrente Ellus impediu que a proposta fosse feita.
— Cauã é masculino, mas não vende um ideal machista. É moderno sem ser afetado. Trabalho com moda masculina há 30 anos e é difícil encontrar alguém com essas características. Temos poucos modelos de masculinidade no Brasil para o consumidor. Existe o jogador de futebol, que é amado por muitos e odiado por outros. A mesma coisa se aplica aos cantores sertanejos. Cauã, no entanto, fecha bem a equação — explica Jeziel.
A beleza, claro, é uma tremenda mola propulsora desse sucesso. E ele sabe disso. Faz questão de cultivá-la, de maneira saudável, que fique claro. Dispensa maquiagem na hora da foto, mas antes de trabalhar, não deixa de se exercitar. Estar com tudo em cima ajuda a render.
— Gosto de me sentir saudável, sou vaidoso com isso. Adoro malhar em todos os aspectos, me movimentar. Meu maior medo é estar fisicamente incapaz, sem poder fazer o que gosto.
Mas, depois de pensar um pouco, ele volta atrás. Seu maior medo, na verdade, é a solidão.
— Sabe de uma coisa? Escreve aí: tenho medo mesmo é de ficar um velho sozinho. Não que eu não preze momentos a sós, mas acho que por essa razão sonho em ter muitos netos. Sei que, para isso, preciso ter mais filhos. E quero ter mais, sim.
A modelo Mariana Goldfarb, que divide o mesmo teto com o ator há um ano e dez meses, e já é considerada por ele como esposa, acha graça dos planos, mas confessa que de vez em quando o papo vem à tona. Só que, por enquanto, o foco é mesmo Romeu, um cachorro da raça Rottweiler, de três meses. Quem diria: a menina que encontrava o ator na natação um dia iria dividir com ele as contas de casa e as obrigações com um cachorro.
— Já o conhecia há muitos anos. Fazíamos natação juntos, mas não trocávamos uma palavra. Afinal, ele tem dez anos a mais que eu, que, na época, estava com 14. Acredito que eu o achava bonito como toda adolescente, não é?
Depois de reencontrá-lo anos depois em uma festa, Mariana foi fisgada pela atenção que Cauã reserva ao sexo feminino. O ator faz questão de ser um gentleman, ninguém pode negar.
— Sou bom de dar presente, bom mesmo — diz ele, enumerando algumas qualidades. — E não tenho preconceitos, por exemplo, com mulher que faz plástica. Aliás, não tenho preconceito em nada com mulher. Sou a favor é de vê-las felizes.
Ele pode ter certeza de que, com os sorrisos dessas fotos, elas vão ficar radiantes. (Fonte: O Dia)