Outubro é o mês de conscientização contra o câncer de mama e a necessidade de preveni-lo. Segundo o INCA, o Brasil somará cerca de 60 mil novos casos de câncer de mama em 2019, número correspondente a 28% de todos os diagnósticos registrados no país.
“O diagnóstico precoce ainda é o maior aliado para o tratamento eficaz do câncer de mama. Quando identificado cedo, pode ser tratado, impedindo que o tumor se propague”, alerta Luciana Rodriguez, Doutora em Saúde pela Universidade de Brasília (UNB).
Todos os anos cerca de 280 mil mulheres recebem o diagnóstico de câncer no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Desse número, quase 60 mil casos são de câncer de mama. Uma das complicações de passar por um tratamento de um tumor maligno, especialmente no sexo feminino, é a perda da fertilidade.
Estima-se que 50% dessas mulheres podem enfrentar problemas para engravidar no futuro. Para elas, as técnicas de reprodução assistida, mesmo não garantidas, representam uma esperança de realizar o sonho da maternidade.
Para as mulheres, a amamentação reduz a possibilidade de contrair a doença. O risco diminui 4,3% a cada 12 meses de duração de amamentação, estima um estudo com mulheres de 30 diferentes nacionalidades, publicado em 2002.
As ações são voltadas, principalmente, para as mulheres, mas é preciso lembrar que um dos grandes mitos da saúde é que o câncer de mama afeta os homens. Apesar de ser raro, estimativas indicam que 1% dos casos da doença afetam as pessoas do sexo masculino. Das 16.254 pessoas, que morreram em decorrência de câncer de mama no país, em 2018, 185 eram homens. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Quando há casos familiares, a orientação é procurar um especialista e realizar exames de imagem dez anos antes da idade em que a doença foi identificada pela primeira vez na família, quando o caso tiver ocorrido antes dos 50 anos.
Uma das forma de prevenção, além de um estilo de vida com atividades físicas, boa alimentação e pouco consumo de bebida alcoólica, é o auto exame e mamografia a partir dos 40 anos seja essencial para o diagnóstico precoce. Cerca de 10% dos casos de câncer de mama estão associados a fatores genéticos hereditários, ou seja: mulheres com histórico de câncer na família.
A Pesquisa Nacional de Saúde 2013 (PNS), a mais recente disponível no Brasil, aponta que 3,8 milhões de mulheres de 50 a 69 anos nunca realizaram mamografia, o que corresponde a 18,4% da população feminina nessa faixa etária. O maior índice entre as grandes regiões fica no Norte (37,8%), contra 11,9% do Sudeste, que tem a menor taxa.
Jovens - Segundo tipo de tumor mais frequente no Brasil, o câncer de mama acomete três vezes mais brasileiras, com menos de 35 anos, do que europeias e norte-americanas na mesma faixa etária. Enquanto nos países do Hemisfério Norte a doença nesse público não passa de 2% do total, em território brasileiro os registros somam 9%.
Sinais - A característica mais comum da doença é o surgimento de um nódulo nas mamas ou axilas geralmente indolor. Além disso, o paciente pode apresentar outros sinais menos frequentes, como Inchaço de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo), Edema (inchaço) da pele, Eritema (vermelhidão) na pele, Inversão do mamilo, Assimetria das mamas, Espessamento ou retração da pele ou do mamilo, Secreção pelos mamilos, Inchaço do braço, Dor na mama ou mamilo.
Como reduzir - A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível em função dos múltiplos fatores relacionados ao surgimento da doença e ao fato de vários deles não serem modificáveis, mas além de realizar exames preventivos com frequência, a adoção de alguns hábitos de vida saudáveis, podem diminuir o risco. São eles: Manter uma dieta balanceada, rica em frutas e vegetais e com pouca gordura; Praticar atividades físicas regulares, pelo menos por 1 hora, 3 dias por semana; Evitar sobrepeso; Evitar fumar; Quando amamentar, fazê-lo pelo maior número de meses possível; Evitar ingestão alcoólica excessiva, mais de três drinques de alto teor alcoólico por dia.
De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama.
Ainda de acordo com um levantamento feito por instituições brasileiras e americanas, em parceria com o Ministério da Saúde, 12% das mortes causadas pela doença no Brasil poderiam ser evitadas caso as mulheres praticassem atividades físicas regularmente.
Tratamento - Para o tratamento de câncer de mama, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todos os tipos de cirurgia, como mastectomias, cirurgias conservadoras e reconstrução mamária, além de radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos. O tipo de terapia ou modalidade escolhida para tratar a doença irá depender de vários fatores, como a localização do tumor, o tipo e a extensão da doença.
Tratamento - Hormonoterapia, Quimioterapia, Cirurgia conservadora da mama, Mastectomias – cirurgia para a retirada da mama e Radioterapia