Falar em poucas linhas sobre 75 anos de trajetória de uma empresa do porte e importância do Banco da Amazônia não é tarefa fácil, mas o compromisso e a dedicação de todos os seus colaboradores e a sua grande contribuição para a região inspiraram-me a escrever esse artigo, porque a minha história de vida está relacionada com esses acontecimentos. Meu bisavô, meu avô e meu pai foram seringueiros e me orgulho de ser um amazônida, nascido no Rio Acre, no município de Boca do Acre. Agora, estou à frente dessa Instituição grandiosa, que vai além das fronteiras do crédito, incentivando a pesquisa, a cultura, o esporte, o voluntariado de seus colaboradores.
A trajetória da principal Instituição Financeira de desenvolvimento da Amazônia se confunde com a história da própria Região. O Banco da Amazônia já nasceu com grande responsabilidade: contribuir com os países aliados para a geração de borracha durante a segunda Guerra Mundial, que depois passou a ser responsável por promover desenvolvimento econômico e social para uma região continental, com enorme potencial e riquezas naturais, que precisam ser fonte de negócios sustentáveis, visando à sobrevivência das gerações futuras.
No ato da sua criação, por meio de Decreto-Lei nº 4451, de 9 de julho de 1942, assinado pelo então presidente do Brasil, Getúlio Vargas foi denominado Banco de Crédito da Borracha e tinha como objetivo promover o desenvolvimento da produção da borracha e da sua defesa econômica e pôr em prática o convênio celebrado em Washington (EUA), entre o Brasil e os Estados Unidos, nesse mesmo ano. O compromisso estabelecia a necessidade de fornecer, dentre outras matérias primas, a borracha manufaturada.
Após a Segunda Grande Guerra, a borracha oriental superou as vendas da borracha nativa da Amazônia no mercado mundial, pelo fato de ser mais barata e atrativa, o que fez então o governo brasileiro mudar os rumos da Instituição, criando o Banco de Crédito da Amazônia (BCA), por meio da Lei nº 1184 de 30 de agosto de 1950. Naquele momento, desafio era ocupar a Amazônia e gerar desenvolvimento, atuando em várias frentes.
A partir de 1966, o Banco passa a assumir o papel de agente financeiro da política do Governo Federal para o desenvolvimento da Amazônia Legal, já com o nome de Banco da Amazônia. Hoje ocupa a posição de principal agente financeiro de desenvolvimento da região, respondendo por mais de 63% do crédito de fomento regional, atendendo aos vários segmentos: ribeirinhos, agricultores familiares, micros, pequenos, médios e grandes negócios.
Movido pela paixão e pelo compromisso de promover as políticas públicas para a Amazônia Legal, o Banco da Amazônia opera com várias fontes de recursos. Chegamos, muitas vezes, aonde nenhuma outra instituição bancária atua, pois atendemos por meio de nove Superintendências Regionais e 124 agências, conseguindo abranger aos 644 municípios amazônicos.
O destaque das nossas fontes de recursos é o FNO - Fundo Constitucional de Financiamento do Norte, criado pela Constituição Federal de 1988. Disponibilizamos aos nossos clientes as mais variadas modalidades de crédito com recursos oriundos do FNO, do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia - FDA, Orçamento Geral da União - OGU, Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, Fundo da Marinha Mercante - FMM e recursos próprios da Instituição.
Recentemente foi idealizada pelo Banco a ação “Rota do FNO”, que percorreu 25 municípios da Região Norte para divulgar e facilitar o acesso às linhas de crédito ofertadas. Essa ação nos proporcionou um acréscimo em 20% de nossas contratações em relação a 2016. Até 30 de junho atingimos o volume de R$ 1.364 milhões somente no FNO na região Norte. A Rota do FNO contribuiu com 4.438 operações que totalizou R$ 693 milhões de reais, sendo que deste montante, R$ 198 milhões foram contratados no dia do evento ocorrido em cada cidade. Já está em operação a primeira Central de Crédito, brevemente, inauguraremos mais quatro centrais que atenderão todos os estados da região. Nos últimos cinco anos, foram investidos cerca de R$ 23 bilhões com recursos de fomento, em aproximadamente 20 mil operações, gerando negócios que vem contribuindo para a redução das desigualdades regionais, criando mais oportunidades de emprego, renda, e, o que é mais importante, melhoria da qualidade de vida para toda a região amazônica.
Estima-se que os impactos sociais realizados com financiamentos do FNO, concedidos nos últimos cinco anos, já incrementaram em R$ 168,4 bilhões o valor bruto da produção regional (VBP), aumentaram em cerca de R$ 87,4 bilhões o PIB regional, criaram mais de 2 milhões de novos postos de trabalho no campo e nas cidades, gerando um volume de salários de aproximadamente R$ 17,8 bilhões e crescendo a arrecadação de tributos na ordem de R$ 25,4 bilhões.
Temos a constante preocupação de olhar para o futuro, para as oportunidades e desafios que devem ser superados, por isso estamos modernizando cada vez mais nossa atuação. Trabalhando dessa forma, temos absoluta certeza que a Instituição vai continuar cumprindo sua nobre missão desenvolvimentista.
Parabenizo o Banco da Amazônia pelos seus 75 anos de existência e os todos os seus colaboradores que, ao longo destes anos, contribuíram para que a Instituição alcançasse esse patamar de relevância para a Região. Parabenizo também, os nossos clientes, pois todos fazem parte dessa história de sucesso!
Marivaldo Melo é Presidente do Banco da Amazônia