As operações realizadas pelo IBAMA- Instituto Brasileiro do Meio ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis- se transformaram em cenário de terror para as populações dos Estados da Amazônia.
Apesar de ser uma instituição da República, o Ibama é visto como inimigo dos moradores das pequenas cidades dos Estados do Pará, Mato Grosso e demais Estados da Amazônia Brasileira. Este sentimento de revolta, que tem motivado um clima de rivalidade entre o órgão e a sociedade, é causado pela estratégia usada pelos agentes nas operações de combate ao desmatamento, exploração ilegal de madeira e garimpos clandestinos.
Nestas ocasiões, o Ibama nivela a todos como infratores e, independentemente de estar certo ou errado, todo cidadão é tratado como se fosse um bandido, destruidor de florestas, ou devastador do Meio Ambiente.
Moradores de cidades do Pará e mesmo de Mato Grosso, vivem apreensivos, com medo e tremem se ouvirem o nome Ibama. Sente-se impotentes, fragilizados e com traumas de operações marcadas por truculência, em que são queimados maquinários, tratores, veículos e motocicletas de garimpeiros, madeireiros e até de pessoas que não se encaixam nestas modalidades, mas que, por alguma circunstância, estavam no lugar errado, na hora errada, e foram surpreendidos pelos agentes.
Porém, todos nós, cidadãos de bem que habitamos a região Amazônica, temos consciência da importância da preservação da principal floresta do planeta, bem como dos nossos rios e das espécies vivas presentes na flora e fauna, e todas as riquezas naturais deste indescritível bioma. E defendemos a sua preservação...
Julgamos que o trabalho do Ibama no sentido de fiscalizar e combater os infratores que estão destruindo nosso patrimônio ecológico, deve ser ostensivo e rigoroso. Todavia, com distinção e sem nivelar todos por baixo como se todos que atuam em atividades extrativistas, fossem bandidos.
Sabemos que há os que trabalham na ilegalidade. E não são poucos! Estes, Sim, devem ser penalizados! Mas o madeireiro que trabalha obedecendo a legislação, tem o direito de ser respeitado, porque está contribuindo com o país, pagando seus tributos e gerando vagas no mercado de trabalho. Assim como o garimpeiro e o pecuarista. Afinal, somos brasileiros que ajudamos a construir o progresso deste país.
Entretanto, analisando o contexto das últimas décadas em que o desmatamento na Amazônia só tem aumentado, a óbvia conclusão é que, apesar de toda austeridade que tem norteado a linha de ação do Ibama, seu método não tem sido eficaz para deter a destruição da floresta.
Isto porque os grandes desmatadores da Amazônia são bandidos de colarinho branco, revestidos de empresários.
Esses poderosos, que geralmente não moram na região, destroem a floresta, burlando a legislação ambiental. Blindados pela influência política e econômica, passam incólume pelas fiscalizações. Enquanto isto, quem paga o pato são os que trabalham honestamente, os mais pobres, os pequenos garimpeiros e os nativos.
Há muito que a Amazônia deixou de ser um vazio geográfico. Muitos brasileiros foram convocados pelo próprio governo para ocupá-la e protegê-la.
No entanto, a agenda verde, ditadas pelas Ongs e pelas grandes potências, que querem a qualquer preço, o controle da floresta para se apossar de suas riquezas, transformaram os heróis das década de 70 e 80 em filões do século 21. Não somos mais desbravadores. Somos destruidores de florestas! Brasileiros trabalhadores e honrados humilhados pelo próprio estado brasileiro.
Portanto, é extremamente necessário e urgente, uma ampla discussão para a elaboração de uma política eficiente para proteger a floresta. E, sobretudo, justa com a população da Amazônia.
Não podemos aceitar que, enquanto o Ibama queima máquinas de madeireiros e garimpeiros, os americanos, canadenses e alemães, aos poucos avançam sobre a soberania do território brasileiro. Corremos o risco de quando nos despertarmos, já ser tarde demais!
José Vieira do Nascimento é diretor e editor de Mato Grosso do Norte. Email: [email protected]