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Artigo Sexta-feira, 05 de Abril de 2019, 00:00 - A | A

05 de Abril de 2019, 00h:00 - A | A

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Irmãos, vínculos de amor profundo



 

 

Como é o relacionamento com seu irmão ou irmã? Quem tem irmãos sabe o quão forte é essa ligação e que nem sempre é uma relação de amizade. Porque será que sentimos a força desse vínculo de maneira tão expressiva? Hoje vamos conversar a respeito desse tema.
De acordo com a visão sistêmica os irmãos possuem um vínculo de amor profundo, ambos compartilham da mesma comunidade de destino, da mesma história familiar. São indivíduos que vêm da mesma origem (mesmo pai e mãe, ou compartilham um ponto em comum dessa origem do pai ou da mãe). Bert Hellinger, autor das Constelações Familiares, fundamentou seu trabalho na existência de três leis que regem os relacionamentos humanos. São elas: a Lei da Hierarquia, a Lei do Pertencimento e a Lei do equilíbrio.
Em seus estudos, ele percebeu que, no campo do relacionamento entre irmãos, a hierarquia também deve ser observada. Dessa forma, o irmão mais velho tem precedência sobre os que vieram depois, ou seja, os irmãos maiores têm um lugar diferenciado dos irmãos mais novos, pois o primeiro filho que chega encontra um pai ou uma mãe inexperiente. É com ele que o pai e a mãe começam aprender a agir no lugar de progenitores; diante disso, quando o segundo filho chega, ele já recebe um pai e uma mãe mais habilitados a atender às suas necessidades. 
O irmão mais velho recebe mais dos Pais e com isso adquire a responsabilidade de oferecer o que recebeu aos irmãos que vierem depois. Entretanto, deve fazer isso no lugar de irmão, sem querer dar aquilo que compete aos pais. Quando um irmão mais velho sai de seu lugar e quer oferecer aquilo que compete apenas aos pais, os irmãos mais novos não aceitam e se estabelece um conflito. Também há conflitos quando os irmãos mais novos resolvem se intrometer nos assuntos que dizem respeito ao irmão mais velho.  
Para que haja harmonia, cada um deve encontrar seu lugar no sistema familiar. Os irmãos maiores compartilhando com os menores aquilo que receberam de seus pais e os irmãos mais novos, por sua vez, tendo uma postura de respeito em relação aos irmãos mais velhos, pois estes de alguma forma contribuíram para que a Vida chegasse de uma forma mais leve para eles. Os que recebem devem honrar a dádiva que receberam da forma que receberam e, desse modo, aqueles que doaram são gratificados pelos bons frutos que transmitiram. 
Também devemos olhar para os irmãos que não nasceram (abortos espontâneos ou provocados) ou os que nasceram e não sobreviveram, incluindo-os nessa linha do tempo.
 Exemplo: Caso a minha mãe tenha tido um aborto antes de mim, já não serei o primeiro filho, o meu lugar é de segundo filho. Assim, estaremos dando um lugar em nosso sistema familiar a essa criança, estamos incluindo um excluído, acolhendo a sua existência, trazendo paz para o sistema familiar.
Quando encontramos nosso lugar na família, nós não sofremos, percebemos um alívio, sentimos uma serenidade. A Vida nos oferece mais recursos, temos mais força e conseguimos vivenciar livremente nosso propósito de Vida. No tempo em que essa ordem e o lugar de cada um são respeitados, a tensão se dissipa, as relações se apaziguam e a suavidade ganha lugar.

DUMARA VOLPATO é advogada e Terapeuta em Constelação Familiar . E-mail: [email protected]

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