Sábado, 05 de Julho de 2025

Artigo Domingo, 11 de Dezembro de 2016, 00:00 - A | A

11 de Dezembro de 2016, 00h:00 - A | A

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Tome-a em suas mãos ou a carregue sobre seus ombro



Leonardo Santos de Resende 

Para Platão, “justiça é dar a cada um o que é seu, de acordo com sua natureza e seus atos”, mas é certo que a distribuição dessa justiça tem um custo, depende de todo um aparato, não apenas de estrutura física e equipamentos, mas uma série de pessoas (juízes, promotores, defensores públicos, advogados, serventuários, etc) vinculadas a esse fim, o que chamamos de sistema judiciário.
Justiça (Judiciário) é cara, demorada, é uma velha obesa com dificuldade de locomoção, tentando correr atrás das novidades, de um mundo onde a informação está a um toque de dedo na tela dos aparelhos de celular.
Confiar nossos destinos a justiça é correr o risco de deixar a entrega de nossos sonhos, de nossas realizações a quem não tem agilidade, quem pode demorar vários anos para lhe entregar o que você procura, e mesmo assim parcialmente.
Quanto vale seu tempo? Quanto vale sua tranquilidade? Quanto vale a angustia de esperar por tempo indeterminado a solução do seu problema? É certo que ninguém, nem juiz, nem advogado, podem lhe garantir prazo para duração de um processo.
A verdadeira justiça é aquela que serve a todos os envolvidos, pois em um litígio cada qual tem sua razão, cada qual tem seu ponto de vista e se julga dono do melhor direito, e porque não conciliar esses direitos e resolver amigavelmente? Porque não evitar entregar esse direito a justiça? Porque não se precaver antes de qualquer negócio ou decisão que irá ser tomada?Antes de se casar, porque os nubentes não procuram um advogado para estudar qual seria o melhor regime de bens a ser adotado, evitando dessa forma desgastes em eventual divórcio?
Antes de constituir uma sociedade, porque os pretensos sócios não procuram uma assessoria jurídica para verificar qual o melhor tipo de sociedade a ser constituída, como poderiam estabelecer as regras da sociedade, evitando problemas maiores em eventual dissolução da sociedade?
Porque o empresário não busca uma consultoria jurídica para estruturar melhor seu departamento de vendas, o cadastro dos clientes, a análise e concessão de crédito, de forma a diminuir a inadimplência?
Porque o empregador não busca a ajuda de um advogado para verificar não só os direitos do trabalhador, mas também os seus deveres, ou os direitos do empregador, evitando demandas trabalhistas desnecessárias?
Porque não nos atentamos melhor, ou consultamos uma advogado antes de assinar qualquer contrato, mesmo os mais ordinários, como com as telefônicas, energia elétrica, locação de imóveis, compra de pacotes de viajem, entre tantos outros, afim de não sermos surpreendidos por obrigações que sequer imaginávamos ter, ou direitos que nos são lesados?
Justiça não é só aquela para a qual entregamos nossos problemas para serem resolvidos, justiça começa quando decidimos participar atentamente de todas as relações jurídicas que nos cercam, e depende muito mais da boa vontade das partes em resolver suas pendências do que do sistema judiciário (justiça).
As decisões que tomamos no nosso dia a dia, que nos vinculam a qualquer obrigação, são como os remédios, não devem ser tomados sem prescrição de um profissional habilitado.
 
Leonardo Santos de Resende é advogado (OAB/MT 6.358) - [email protected]

 

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