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Artigo Sexta-feira, 20 de Dezembro de 2019, 00:00 - A | A

20 de Dezembro de 2019, 00h:00 - A | A

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Um adeus a um cara massa



No curso da vida às vezes ganhamos, às vezes perdemos. Às vezes ganhamos ou perdemos dinheiro, amizades, saúde, ilusões, amores, assim, daqueles que se partem quando mais precisávamos deles. Ganhamos e perdemos, este é o círculo.
Mas o que mais nos incomoda, ou o que mais tem me incomodado nestes tempos é a perda definitiva de pessoas, de pessoas amigas, parentes ou não, pelas quais cultivávamos sentimentos. 
Aparecido Carlos Machado, secretário municipal de Esportes na administração Robson Silva, o secretário do bom de bola bom de escola, das escolinhas de futebol e de imensurável amor ao esporte, o Aparecido Carlos Machado da Heliar sob o comando do guerreiro de sempre e muito mais nesses últimos anos quando os rins não mais o ajudavam, aliás, era ele que se obrigava a ajudar os rins com constantes sessões de diálise. 
 2019 não me fora um ano de saúde plena. Entre os meses de abril e junho passei por um sério problema nos olhos que me custou além do financeiro uma amargura incalculável dentro de um medo da possibilidade de não voltar a enxergar, com viagens e contínuo tratamento com um retinólogo.
E foi numa dessas viagens, sentado no banco do terminal rodoviário de Sinop (já que eu não podia dirigir e o ônibus era a minha salvação), um senhor ao meu lado pronunciou com segurança: “Carlos Alberto de Lima”. Enquanto tentava reconhecê-lo pela voz, ele me disse: “Eu sou o Maçarico”. Que susto e que emocionante. Não consegui enxergá-lo, mas enxerguei um número enorme de lembranças. 
Conversamos sobre o passado, sobre futebol, sobre alguns momentos festivos em que passamos junto e relembramos alguns amigos e momentos juntos. De várias pessoas do nosso convívio daquela época. Ele lembrou uma ocasião na chácara do Boschiroli, hoje bairro Jardim Universitário onde estavam também amigos da imprensa como a Vera Lucia, a Verinha que hoje comanda a TV Nativa afiliada da Record em Alta Floresta e que o Maçarico a tinha como grande amiga e mantenedora de uma salutar amizade. Enfim conversamos por unas duas horas até um de nossos ônibus nos separar. Ambos tínhamos um destino único, Alta Floresta, porém nossos bilhetes de embarque eram de empresas diferentes.
“A gente se encontra em Alta Floresta”. Não mais o encontrei. Ele foi sepultado na última segunda, dia 16, em sua, em nossa cidade. Maçarico, eu sempre achei que fosse com dois esses. Talvez porque o “Maçarico”, apesar de nossas divergências políticas, era um cara massa.

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