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Artigo Sexta-feira, 28 de Junho de 2019, 00:00 - A | A

28 de Junho de 2019, 00h:00 - A | A

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Um comentário desnecessário



 

Minha crônica “Um aprendizado desaprendido”, publicada dia 14 nesse espaço, rendeu alguns comentários, em maioria, satisfatórios. Ainda bem que ainda teve muitos “de acordo” com a narrativa por mim descrita. (Adoro isso, quando misturo narração com descrição). Então resolvi retomá-la com sutis apimentadas e com reforços adverbiais do “então” com o qual eu fui motivado ou com o “ainda” em sua dupla significância.
Todavia o comentário que me chamou mais à atenção não foi um comentário elogioso como o da professora/doutora Célia Regina, curadora do Herbário da UNEMAT, campus Alta Floresta, ou o sábio comentário da professora Jacqueline Deveke, ou o do Reginaldo Silva que disse ter “viajado nas palavras” e tantos outros, para mim, não menos significativos.
O comentário a que me refiro veio de um amigo advogado. “Vou esperar virar filme!” – Ele postou no facebook com tom de deboche. Todo mundo tem o direito de pensar e dizer o que lhe convier. Eu penso que o apreço pela leitura destacado na referida crônica poderia lhe fazer bem em sua profissão, ao manuseio das “coisas do direito” ou que o Direito requer. Afinal a cada qual a sua merecida sentença e “mingau de fubá e caldo de galinha se não fizer bem, mal é que não haverá de fazer a ninguém”, preconizava minha saudosa mãe.
E eu, cravado pelo jeito ou tentativa braguiana de escrever, o que é uma posição ousada em querer comparar-me ao criador da crônica moderna que escreveu em torno de 15 mil delas, apesar de ter apenas mil publicadas, tenho em comum com o grande Rubem Braga apenas a paixão por Clarice Lispector.  
Tenho também de parentesco com o capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, cidade que também gerou o rei Roberto, esse meu jeito da observação desmedida, fundamental requisito a um cronista. Por isso e para registrar essa minha observação, pra onde vou, carrego comigo esse meu notebook e com ele vou registrando a vida como ela é, ou como ela seria, caso não fosse.
Neste momento escrevo da mesinha de um boteco e empolgado, como sempre, pela escrita, dei-me a essa misturada toda, gramática simples com culinária complicada, farofa de requeijão com rapadura e cachaça, já que à mesa ao lado, meus amigos, um casal de nordestinos, tanto saboreiam quanto babam. Deve estar uma delícia! Para eles! Infelizmente eu não apeteço devido ao aperitivo que apimenta aquela exótica refeição. Como um bom enófilo, fico apenas no requeijão em pedaços, acompanhado desse modesto vinho seco. Bom apetite!  

 

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