Jornal Mato Grosso do Norte
Mequiel Zacarias Ferreira Especial para Mato Grosso do Norte
A rotina de dona Maria dos Santos, 65 anos, começa bem cedo. A moradora do bairro Bom Jesus pratica caminhada e utiliza a Academia da Terceira Idade (ATI) do seu bairro para concluir seus exercícios e cuidar da saúde. Contudo, apesar de utilizar o espaço, ela pontua algumas situações que precisam ser ajustadas urgentemente nas ATIs.
Apontando para os aparelhos danificados, ela salienta que o espaço precisa de manutenção, presença de instrutor para orientação relativa a prática dos exercícios e incentivo aos idosos e cuidados com a limpeza do espaço onde a academia está localizada. “Olha a altura desse mato em volta da academia!”, enfatiza indignada dona Maria.
A situação relatada pela moradora se repete nas demais ATIs do município. Das seis existentes, cinco delas necessitam de manutenção. A ATI do bairro São Miguel, por exemplo, além dos problemas ocasionados pela corrosão da ferrugem, falta de lubrificação e troca de peças, nota-se até a destruição total de alguns aparelhos e impossibilidade de utilização dos mesmos.
Valdemar Nogueira, 66 anos, que é morador do bairro Cidade Alta desabafa: “Antes eu usava academia do meu bairro, hoje vou à academia do bairro Bom Pastor. O pessoal estragou os aparelhos de lá.”
A ATI localizada do centro da cidade, no pátio da Matriz Santa Cruz também não é diferente. Atualmente, cinco dos onze aparelhos não permitem condições de uso. Nesta, o problema da ferrugem e desgaste dos aparelhos, oferecem riscos. Em diversos aparelhos, a ferrugem corroeu de tal forma algumas partes que criou pontas e fissuras perigosas para os frequentadores do espaço, podendo ocasionar acidentes graves, especialmente considerando o fato que frequentam estes espaços, crianças e idosos.
Sirlei Vaz, secretária de Assistência Social, esclareceu que só tomou conhecimento de que as ATIs eram responsabilidade desta pasta, a partir das denúncias de problemas com as mesmas no fim do ano passado.
“Não havia nenhum documento sobre a responsabilidade das ATIs ser da secretaria”, frisou.
Neste contexto, ela acrescentou que não havia dotação orçamentária específica para manutenção das ATIs e que, em conversa com o administrativo, definiu-se que a partir deste ano fariam a manutenção das academias.
Segundo a secretária, nos próximos 10 dias serão iniciados os trabalhos de reforma e pintura das ATIS. “Os orçamentos já foram feitos por uma equipe de profissionais e não será necessária licitação. Será compra direta, buscando menor preço e já está definido quem prestará o serviço”.
Sirlei ainda pontuou que os parques que se encontram anexos a algumas ATIs também serão reformados ou refeitos, mesmo que não haja nenhuma diretiva que responsabilize a secretaria pelo cuidado dos mesmos. Alguns parques se encontram em situações piores que as ATIs com praticamente todos os brinquedos danificados, como resultado da ação de vandalismo, exposição aos fatores climáticos e também oferecem riscos aos frequentadores do espaço.
Sobre as questões do vandalismo e falta de cuidado com as academias, a secretária esclareceu que é necessário também que a população tome consciência da sua responsabilidade. Ela salientou que em espaços abertos, como é o caso das ATIs, a população também é responsável e precisa estar sensível que precisa zelar do bem público.