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Atualidades Quarta-feira, 12 de Junho de 2019, 00:00 - A | A

12 de Junho de 2019, 00h:00 - A | A

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Caso das Sanguessugas |



José Vieira do Nascimento
Ed. de Mato Grosso do Norte

O bioquímico Dr. Manoel João, ex-secretário municipal de Saúde nas administrações do ex-prefeito Romoaldo Júnior e do atual prefeito Asiel Bezerra, procurou Mato Grosso do Norte, na manhã desta terça-feira, para dar a sua versão sobre matéria publicada pelo jornal, na sexta-feira, 31 de maio, sobre o ônibus odontológico, comprado pela prefeitura de Alta Floresta no ano de 2004, da empresa Planam, da família Vendoin, envolvida no caso que, à época, ficou conhecido como Sanguessuga. 
Dr. Manoel João explica que o ônibus chegou no município no mês de outubro de 2004, no final do mandato do ex-prefeito Romoaldo. Ele afirma que ninguém percebeu nada de anormal no veículo. No entanto, a empresa responsável pela venda mandou um ônibus diferente do que foi licitado. A marca e o ano de fabricação não batiam.
“Quando o ônibus chegou eu entreguei o documento para o servidor do patrimônio da prefeitura, ele não fez nenhuma conferência, apenas o recebeu e incluiu no patrimônio”, disse ele 
O ônibus, segundo o ex-secretário, funcionava normalmente e veio equipado com dois frigobares, estufa, ar condicionado, cadeira odontológica e duas salas, sendo uma para o atendimento odontológico e outra para a atendimento de consulta. “Veio completo. O que faltou foi apenas uma caixa de água, que foi comprada pela prefeitura”, disse. 
O objetivo do consultório odontológico móvel seria atender na zona rural, principalmente os alunos das escoladas da rede pública de Educação. Conforme o ex- secretário, o ônibus começou a ser usado no atendimento à população. Todavia, afirma que um auditor federal veio à Alta Floresta o  fiscalizar e constatou que as especificações do mesmo não correspondiam com o que havia sido licitado. 
“O auditor veio porque já sabia de outros casos. Não foi apenas Alta Floresta que recebeu o ônibus do mesmo programa, trocado. O auditor verificou a licitação, vistoriou o ônibus e descobriu que a licitação era de um ônibus Mercedes e a prefeitura tinha recebido um ônibus de marca Wolksvagen, um ano mais novo. Se não fosse o auditor, o erro nunca tinha sido notado”, acentua.

Manoel João disse que o auditor lhe procurou e comunicou a troca, lhe aconselhando a procurar a polícia e fazer um boletim de ocorrência. “No dia 28 de dezembro fui à polícia e registrei a ocorrência, porque o auditor me falou que era caso de polícia. E foi esse boletim que salvou o Romoaldo de ser condenado neste caso. Além de Alta Floresta, cerca de 13 prefeituras também receberam ônibus da Planam com o mesmo problema”, enfatiza.

O ônibus ter deixado de ter sido usado, se transformando em sucata, o ex-secretário atribui a questões políticas da ex-prefeita Maria Izaura, que por rixa com o deputado Romoaldo Júnior e por querer lhe incriminar, mandou encostar o ônibus e parar de usá-lo no atendimento à população.
“O ônibus funcionava normalmente e o Dr. Itamar Negrão ainda chegou a usá-lo atendendo moradores da zona rural. A ex-prefeita não o usou porque não quis, porque queria causar problemas para o Romoaldo, alegando que a prefeitura comprou um e veio outro”, observa.
De acordo com ele, quando a troca do ônibus foi detectada pelo auditor, faltavam poucos dias para encerrar o mandato do ex-prefeito Romoaldo Júnior e não foi possível fazer mais nada no sentido de sanar a situação.
“Fiz o que o auditor me orientou a fazer, que foi registrar um boletim de ocorrência. Porém o sucateamento do ônibus se deu na administração da Maria Izaura. A cadeira odontológica, os ar condicionados e demais equipamentos do ônibus foram tirados. Se não fossem questões políticas, o ônibus poderia ter atendido à população na zona rural, porque foi para isso que foi comprado”, afirma Manoel João.

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