Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2025

Atualidades Domingo, 05 de Maio de 2019, 00:00 - A | A

05 de Maio de 2019, 00h:00 - A | A

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O estudo das espécies botânicas de interesse econômico regional, como aquelas utilizadas no artesanato, se reveste de imensa importância para conhecimento e conservação destas espécies. Além disso, o artesanato revela usos, costumes, tradições e características de cada região.

A importância conferida à vegetação deve ser instruída desde cedo no aprendizado, particularmente no ambiente escolar. Nesse contexto, o ensino da Botânica é um dos ramos essenciais da Biologia que possibilita a formação científica do aluno como parte importante do processo de compreensão da biodiversidade. Com esta finalidade as carpotecas e sementecas (coleções de frutos e sementes) consistem em coleções científicas e didáticas que possibilitam gerar conhecimento sobre a diversidade da flora de uma determinada região, contribuindo para ações de conservação, subsidiando estudos taxonômicos, ecológicos, fisiológicos, de botânica econômica, etnobotânica e outras áreas do conhecimento científico.

Dentre os frutos coletados para uma carpoteca, nota-se morfologicamente um elevado padrão de variação. Assim, as carpotecas adquirem grande relevância para a sociedade, e são importantes ferramentas de apoio nos programas de educação, como acervo didático, contribuindo para a formação educacional por serem uma evidência material da biodiversidade, através dos mais distintos formatos, tamanhos, texturas e cores dos frutos.

A elaboração de uma carpoteca e sementeca temática e itinerante com espécies do artesanato regional, por meio da incrustação das estruturas vegetais em resina, consiste de uma importante ferramenta para estudo, conscientização e preservação da diversidade vegetal regional e ainda para educação e transmissão destes conhecimentos, já que permite que o material possa ser transportado e manuseado quase sem restrição, diferente da forma tradicional de conservação que apresenta limitações devido à fragilidade do material, conter vidro, naftalina e álcool que inalados podem ser tóxicos e mantidos em local longe de fogo.

O estudo desenvolvido pela docente Dra. Lúcia Filgueiras Braga e mestranda Arielen Barreto de Carvalho Alves (Mestrado em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos- PPGBioAgro, UNEMAT Campus Alta Floresta) deu origem a dissertação intitulada “Biodiversidade de frutos e sementes utilizados no artesanato na Amazônia e sua aplicação em materiais didáticos de Botânica e Ecologia” defendida no último dia 03 de maio. A pesquisa ouviu os docentes da área de Ciências do município de Alta Floresta e identificou a área de Botânica como uma das mais carentes em materiais didáticos, sendo então elaborada a coleção itinerante com 31 espécies de frutos e sementes, do total de 40 espécies vegetais identificadas no artesanato. Na coleção foram identificados 17 subtipos de frutos conservados em resina (além de sementes e flores) e/ou álcool, incluindo também o Index - um registro da forma de uso das espécies, com aspectos biológicos, ecológicos e características das espécies identificadas no artesanato; um glossário de termos botânicos e ainda foi elaborado um jogo didático que explora aspectos das espécies, permitindo amostrar a diversidade de espécies regionais fornecedoras de produtos não madeireiros e a utilização da coleção e do jogo didático por professores, como recurso didático para ensino.

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