Jornal Mato Grosso do Norte
eportagem
Mato Grosso do Norte
A Operação Rêmora, deflagrada pelo Gaeco na manhã desta terça-feira, 3, investiga um esquema de fraudes que pode ter ultrapassado o montante de R$ 56 milhões em obras na secretaria de Educação no governo estadual.
Pelo menos 26 obras de construção e reforma de escolas públicas, em diversas cidades do Estado, teriam sido alvo da organização criminosa. Juntas, elas somam R$ 56 milhões. As fraudes começaram ainda no governo de Silval Barbosa e continuaram em 2015, no governo de Pedro Taques (PSDB).
A pasta é comandada por Permínio Pinto (PSDB). Segundo o MPE, a organização atuava em licitações e contratos administrativos de obras públicas de construção e reforma de escolas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT). Pelo 23 obras foram fraudadas.
As investigações apontaram também que o grupo seria composto por três núcleos: de agentes públicos, de operações e de empresários. O núcleo de operações, após receber informações privilegiadas das licitações públicas para construções e reformas de escolas públicas estaduais, organizou reuniões para prejudicar a livre concorrência das licitações, distribuindo as respectivas obras para 23 empresas, que integram o núcleo de empresários.
Por sua vez, o núcleo dos agentes públicos era responsável por repassar as informações privilegiadas das obras que iriam ocorrer e também garantir que as fraudes nos processos licitatórios fossem exitosas, além de terem acesso e controlar os recebimentos dos empreiteiros para garantir o pagamento da propina.
Fraudes em obras somam R$ 56 milhões desviados dos cofres públicos
Já o núcleo de empresários, que se originou da evolução de um cartel formado pelas empresas do ramo da construção civil, se caracterizava pela organização e coesão de seus membros, que realmente logravam, com isso, evitar integralmente a competição entre as empresas, de forma que todas pudessem ser beneficiadas pelo acordo.
A operação resultou na prisão do empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora e do ex-deputado estadual Moisés Feltrin, que também é sócio de uma empreiteira.
A secretária de Gabinete de Combate à Corrupção Adriana Vandoni, informou que a denúncia inicial foi feita na pasta e remetida ao Ministério Público. Segundo o Ministério Público, as investigações foram feitas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Os servidores eram responsáveis por repassar informações privilegiadas das obras que iriam ocorrer e também garantir que as fraudes nos processos licitatórios fossem exitosas, além de terem acesso e controlar os recebimentos dos empreiteiros para garantir o pagamento da propina.