Reportagem
Mato Grosso do Norte
O governador Pedro Taques esteve reunido com empresários do setor madeireiro, na sede do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte (Simenorte), em Alta Florestana manhã de sexta-feira,9.
A reunião faz parte da agenda do governador em sua visita à cidade que sedia a 7ª Caravana da Transformação.
Taques, junto com o vice-governador e secretário de de Estado de Meio Ambiente, Carlos Fávaro, escutou as demandas do presidente da Simenorte, Ednei Blasius, do vice-presidente Frank Rogieri e do prefeito de Alta Floresta, Asiel Bezerra, no que diz respeito ao setor.
A discussão apresentada aos líderes políticos foi sobre dois pedidos, sendo um respeito da alteração na regulamentação da madeira no estado, no que diz respeito a classificação e identificação. Já o outro é sobre a atuação do Ibama, que de forma abusiva, vem bloqueando as atividades das empresa para fazer fiscalização.
Sidnei Blasius, presidente do Simenorte, disse durante o encontro, que a pleito da categoria é para que a classificação da madeira através do Indea, seja facultativa e não obrigatória. Está previsto que a partir desta segunda-feira, 12, a medida comece a ser efetivada.
Ele deixa claro que os madeireiros não são contra a fiscalizada. Todavia, argumenta que a classificação da madeira é um medida inócua, que somente acarretará em transtornos para os empresários e custos para o governo. A classificação é para identificar se o tipo de madeira que está na guia de transporte é a mesma que está na carga.
“A Sema faz um trabalho técnico para liberar o projeto de manejo, especificando todas as espécies. Na Guia tem todas as informações da carga. A classificação seria apenas um transtorno sem nenhum benefício. Mato Grosso é o único estado que teria a classificação da madeira, o que faria nosso produto perder competitividade. Somos a favor da fiscalização. O que não queremos é a volta da classificação”, frisa Ednei.
O empresário Frank Rogieri disse que a classificação da madeira não agrega em nada e servirá apenas para prejudicar as empresas do setor. Por outro lado e observa que o Indea não tem estrutura para fazer o serviço e que os caminhões que transportam as cargas de madeiras serão obrigados a ficarem em Cuiabá por 2 a 3 dias esperando pela classificação.
“Trará custo para o Estado e não agrega nenhum benefício. Não estamos pedindo que não haja fiscalização. A fiscalização ajuda as empresas”, disse.
Frank também abordou o tratamento violento e desumano com que o IBAMA vem procedendo com as empresas do setor madeireiro. “Hoje, qualquer funcionário do IBAMA tem uma senha e pode bloquear uma empresa madeireira. E ela fica 15 dias com suas atividades paralisadas. Não pode produzir, não pode vender, não pode fazer nada. É uma violência praticada contra as empresas. Esta ação do Ibama tem que ser revista porque é inconstitucional. Os empresários são tratados como se fossem bandidos. E queremos apenas trabalhar e produzir de forma honesta", disse.
Ednei e Frank também citaram que o setor madeiro gera 90 mil empregos em Mato Grosso e é o quarto em importância econômica do Estado. Mato Grosso é o segundo estado em produção de madeira com 3 milhões de metros cúbicos por ano.
Como resposta a essas demandas, Pedro Taques afirmou que as alterações foram encaminhadas para a Procuradoria Geral do Estado (PGE), que confeccionará uma nota técnica que deverá ser entregue no dia 12 de junho. “Vamos encontrar um caminho para mudar a legislação, já que que Mato Grosso é único que atua dessa forma”, garantiu.
“Estou diante de pessoas que querem trabalhar na legalidade e gerar empregos. Estamos juntos para transformar esse setor. Nessa gestão reduzimos em 40% o tempo de espera para expedição de uma licença. O Pró-madeira vai dar norte a esse setor de forma organizada e tudo isso será feito junto com o Cipem”, pontuou Taques.
O governador assumiu ainda o compromisso de, após as definições da reunião com a categoria nos próximos dias, conseguir uma agenda com o Ministro da Justiça e do Meio Ambiente, junto com a presidente do Ibama, para o setor. A proposta e discutir as dificuldades da categoria em Mato Grosso, com relação a atuação do Ibama.++