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Atualidades Quarta-feira, 29 de Junho de 2016, 00:00 - A | A

29 de Junho de 2016, 00h:00 - A | A

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Mais de 20 tiros atingiram advogado, advogado acredita em execução por causa de terra

Jornal Mato Grosso do Norte



Com assessoria

 

O vereador Rogério Colicchio acredita que a morte do advogado Dr. Rubens Moreno, esteja ligada ao trabalho que ele desenvolvia no movimento pelo direito da terra na região Norte de Mato Grosso.

“Vamos aguardar as investigações, mas afirmo que a execução do Dr. Rubens Moreno foi motivada pela defesa feita por ele ao movimento que luta pelo direito de terra na região norte de Mato Grosso”, enfatiza o vereador.

 Em tempo dedicado ao assunto durante o uso da tribuna da Câmara Municipal, nesta terça-feira, 28, em Alta Floresta, Rogério pediu um minuto de silêncio para o advogado.

Ainda em seu discurso, Rogério afirmou que já havia alertado anteriormente as autoridades sobre a disputa violenta na região de Novo Mundo. “Alertei o governo sobre o risco que todos estavam correndo. Estive lá em Novo Mundo nas áreas de conflito, infelizmente perdemos mais uma vida, inclusive nesta semana teríamos uma reunião com o advogado Rubens Moreno para tratar de assuntos relacionados a reforma agrária”, disse.

O vereador afirmou ainda que entrará em contato com a OAB, Comissão Pastoral da Terra e outros setores para que haja justiça e que o crime possa ser elucidado e os criminosos punidos.

“A luta pelo acesso à terra no Brasil, organizada através de movimentos sociais, já é uma questão histórica e vem ganhando cada dia mais força. Mas o movimento enfrenta a resistência de grileiros altamente “municiados”, dispostos a ceifar vidas na expectativa de fazer com que a luta pelos direitos da terra percam força”, relatou o parlamentar.

O presidente da OAB, secção de Alta Floresta, Dr. Celso Reis de Oliveira, afirmou que ainda não se tem certeza da motivação do crime e que ele não advogava em Alta Floresta, e sim para pessoa de Guarantã do Norte e Nova Mundo em questões relacionadas a disputa de terra.

Conforme ele, as informações são que o advogado não estava sofrendo ameaça e que sua execução foi uma surpresa para a própria família.

“Estou em Cuiabá e entrei em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, e cobrei rigor na apuração do crime”, disse Celso Reis.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Leonardo de Campos, disse que entrou em contato com a Secretaria de Estado e Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT). “Sabemos que existem forças policiais mobilizadas na região para tentar achar os criminosos. Mas não temos conhecimentos se ele atuava em Mato Grosso, ele tem registro da OAB em São Paulo”, disse.

 

Crime- Rubens Moreno Rúbio Júnior, 48 anos, foi assassinado ao chegar em uma fazenda de Alta Floresta. De acordo com informações da Polícia Militar, ele chegava de carro na propriedade rural de familiares, junto com o sobrinho que dirigia o carro, e mais uma terceira pessoa. O advogado desceu do veículo, foi abrir a porteira e acabou sendo atingido por disparos. Os criminosos estariam escondidos no matagal e fugiram.

Segundo a PM, o homicídio ocorreu às margens da MT-208, por volta de 21hs. Rubens teria sido alvejado por mais de 20 tiros e morreu no local.

“O sobrinho disse que ele foi abrir a porteira e em seguida ouviu três disparos. De forma desesperada esse sobrinho engatou a ré no carro e foi até o quartel da PM pedir ajuda. Possivelmente os suspeitos estavam aguardando escondidos no mato. Ele morreu no local, foram mais de 20 disparos”, informou o tenente da PM, Paulo Melo.

Rubens já estava morto quando o sobrinho retornou ao local com os policiais militares. Conforme a PM, a vítima era conhecida por advogar para trabalhadores sem-terra ligados à reforma agrária na região de Novo Mundo, cenário de grandes conflitos e onde já ocorreram diversos assassinatos em função de disputa pela posse da terra.

Dr. Rubens foi advogado dos irmãos Catingas, conhecidos segundo a Polícia por invasão de terras, extorsão, roubos e homicídios na região de assentamentos em Novo Mundo. Mas segundo informações, ele não estaria mais advogando para estes.

Sobre os irmãos Caatingas, Jair dos Santos Oliveira, vulgo Davi, foi preso em Nova Santa Helena em 26 de fevereiro. Dias antes, em 22 de fevereiro, seu irmão Adir Catinga, que fazia parte do movimento Sem Terras de Novo Mundo, foi assassinado em Guarantã do Norte.

 

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