Dionéia Martins/ Mato Grosso do Norte
A fiscalização eletrônica de trânsito em Alta Floresta voltou ao centro do debate público após o vereador Darlan Trindade Carvalho (PRD) apresentar, no início deste mês, solicitando informações detalhadas sobre o funcionamento dos radares instalados no perímetro urbano da cidade, especialmente na Avenida Perimetral Rogério Silva e no trecho urbano da rodovia MT-208.
O pedido do parlamentar tem como foco principal entender o impacto real da medida no trânsito do município, tanto em termos de segurança, quanto de arrecadação. Segundo dados repassados pela Direção de Trânsito, Transporte e Segurança, em apenas dois meses, os radares registraram a passagem de 3 milhões, 666 mil e 204 veículos. Desse total, 17.236 motoristas foram flagrados acima da velocidade permitida, uma média de 287 infrações por dia.
O parlamentar fez uma estimativa considerando a classificação das infrações (50% médias, 30% graves e 20% gravíssimas), a arrecadação total em autuações pode ter alcançado a marca de mais de R$ 5 milhões [ 5.169.620,66] no período. O valor, embora estimado, é suficiente para levantar questionamentos sobre o destino e a aplicação dos recursos no município.
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“O objetivo do requerimento é justamente buscar transparência. Queremos saber quanto foi arrecadado e, mais importante, onde esse dinheiro está sendo aplicado. Nossa expectativa é que esses valores retornem em melhorias no trânsito da cidade”, afirmou Darlan.
Desse total, 17.236 motoristas foram flagrados acima da velocidade permitida, uma média de 287 infrações por dia
O parlamentar defende que os recursos deveriam ser investidos em sinalizações, instalação de semáforos, construção de lombadas e, principalmente, na contratação de um engenheiro de tráfego para elaborar um plano técnico que identifique os pontos mais críticos da cidade.
Além disso, o vereador levantou outra preocupação: a falta de ampla divulgação sobre o início da operação dos equipamentos. Segundo ele, muitos motoristas foram pegos de surpresa, o que tem gerado situações dramáticas.
“Teve um caso de um rapaz que nos procurou aqui no gabinete, ele levou mais de 40 multas. Trabalha com entregas, depende da habilitação para sustentar a família”, relatou.
O vereador reforçou ainda que não é contra a fiscalização eletrônica, mas que ela precisa ser acompanhada de responsabilidade, transparência e planejamento técnico. “A fiscalização é necessária, sim. Mas queremos saber: para onde está indo esse dinheiro? Está sendo investido em benefício do próprio trânsito da nossa cidade?”.