Ilson Machado
Mato Grosso do Norte
O racionamento de água já afeta alguns bairros de Alta Floresta e a situação poderá se agravar ainda mais, caso persevere por mais tempo a seca extrema que afeta o Estado de Mato Grosso. Em alguns pontos da cidade, que são geograficamente mais altos, a água chega fraca e não sobe para as caixas das residências.
A empresa Águas, responsável pelo abastecimento de água potável na cidade de Alta Floresta, de acordo com o gerente de operações, Cristian Martarello, está tomando medidas necessárias para evitar o desabastecimento.
Em entrevista ao jornal Mato Grosso do Norte, nesta segunda-feira, 9, ele observa que nesse período de estiagem, além do fator climático e das medidas a serem adotadas, vai depender também da consciência dos consumidores, para o uso racional do produto para evitar a falta de água.
De acordo com Cristian Martarello, o município não difere de outras cidades sobre o problema provocado pela falta de chuvas, que afeta todo o estado.
Segundo ele, os níveis dos reservatórios onde é feita a captação estão extremamente baixos. E observa que já era para Alta Floresta estar com água racionada há pelo menos 30 dias. Porém, isso só não ocorreu devido a estratégia que a empresa criou para evitar que as torneiras secassem nas residências.
Quanto a alguns bairros que ficaram sem água nos últimos dias, ele explica que foi necessário diminuir a pressão da água. E com isso, os bairros de relevo mais alto tem maior dificuldade de receberem água.
O gerente de operações da empresa Águas, pede que o consumidor haja de forma consciente e não desperdice água com lavagens de calçadas, de carros, regar plantas ou apagar poeira em ruas sem asfalto. Pede ainda que seja reutilizada a água da máquina de lavar roupas. E também que os banhos não sejam demorados.
“Caso não haja colaboração da população, a situação pode ficar ainda pior. A chuva que era pra cair nos meses de julho e agosto, não vieram. E isto foi crucial para o esvaziamento da represa Mariana de onde sai toda a água que abastece a cidade”, disse.
Caso a estiagem permaneça, Cristian disse que a empresa será obrigada a colocar em execução o plano B, para que a população não fique desabastecida e explica a forma que esse plano seria na prática.
“A gente tem as represas auxiliares que já estão sendo utilizadas e estamos estudando de, nos próximos dias, fazer um rodízio de água. Está sendo estudado uma possibilidade para que não chegue no limite de secar o nosso recurso na captação. As represas já estão sendo utilizadas, e provavelmente, vamos ter que optar pelo plano B que é exatamente esse rodízio. Ou seja, um dia determinado bairro terá água, em outro será outro bairro. Trabalharemos assim para que ninguém fique sem água por mais de 24 horas”, anuncia Cristian.
Ele informa ainda que a empresa já estuda essa possibilidade e vai atualizar os dados nos próximos dias, com as ações e o planejamento de enfrentamento à estiagem.
foto/ Mato Grosso do Norte
Cristian Martarello - gerente de operações da Águas de AF
“Ainda não entrou no rodízio, assim como está acontecendo em alguns municípios do norte de Mato Grosso. Mas poderá entrar nos próximos dias se não houver o uso controlado e consciente por parte da população”, aponta.