Reportagem
Mato Grosso do Norte
Apesar de ser um grande polo regional, Alta Floresta não conta com um Centro de Hemodiálise, para pacientes com doença crônica renal, que dependem deste atendimento.
A ausência do serviço faz com que pacientes de Alta Floresta, assim como as demais cidades de sua macro região, sejam obrigados a ir à Sinop para se submeterem às sessões de hemodiálise.
Todavia, como estas pessoas ficam debilitadas em função da enfermidade, o deslocamento constante numa distância de 300 quilômetros, três vezes por semana, agrava ainda seus estados de saúde.
Diante disto, os pacientes são obrigados a se mudar para Sinop, o que impacta suas famílias, com a necessidade de alugar um imóvel para morar e um familiar ou cuidador também ter que se transferir para o novo endereço.
A prefeitura de Alta Floresta fornece uma ajuda mensal, de R$ 1.000,00. E os pacientes que continuam morando em Alta Floresta recebem a passagem para ir de ônibus.
Na sessão da Câmara Municipal de segunda-feira, 26, o vereador Naldo da Pista (Republicanos) apresentou um Requerimento cobrando explicação da secretaria de Saúde Municipal.
O vereador solicitou ao secretário municipal de saúde, Marcelo de Alécio Costa, que num prazo de até 15 dias, informe para a Câmara Municipal como está sendo feito o atendimento aos pacientes submetidos ao tratamento de hemodiálise em Sinop. E também as normas que regulamentam o Tratamento Fora de Domicilio – TFD.
Ele cobra explicações sobre o valor da ajuda de custo mensal que o passa para pacientes e acompanhantes, para fins de deslocamento, alimentação e outras despesas relacionadas a viagem.
Segundo ele, o valor desta ajuda permanece inalterados desde o início da gestão.
Conforme o vereador, o repasse que a prefeitura faz para os pacientes é de R$ 1.000,00 por mês, valor que é muito aquém dos gastos de um paciente, que se desloca para Sinop três vezes na semana e tem que levar um acompanhante devido as sessões de hemodiálise, ou ter que motar lá.
“Essas pessoas são obrigadas a se mudar para Sinop e pagar aluguel. Alguém da família tem que deixar sua vida e ir junto. E o custo de vida lá é alto”, observa o vereador.
Naldo citou outras prefeituras da região, como Nova Monte Verde, que paga R$ 1.500,00 para seus pacientes de doença crônica renal. E Paranaíta que paga uma diária de R$ 35,00 para o paciente e mais R$ 35,00 para o acompanhante.
O vereador Dida Pires (Cidadania) disse que, conforme o secretário municipal de Saúde, o município tem 13 pacientes que ficam permanentes em Sinop. Estes, receberiam uma ajuda de R$1.000,00 mensal. E mais três que vão três vezes por semana. E recebem as passagens.
Quanto custa o serviço O ex-prefeito de Guarantã do Norte, Érico Stevan, que atualmente é secretário municipal de Saúde em Sinop e que em sua gestão implantou o serviço de hemodiálise em sua cidade, disse à Mato do Norte do Norte que a prefeitura investiu cerca de R$ 6 milhões para implantar o Centro de Hemodiálise.
“Investi R$ 6 milhões no espaço físico (prédio) e licitamos a contratação de uma empresa para realizar o serviço e ela entrou com todo os equipamentos. Se for comprar os equipamentos, fica atualmente em R$ 12 milhões. Mas o mais viável e fazer o prédio e terceirizar, porque o governo estadual paga pelo serviço e o município não tem despesas”, explica Érico.
Novo Hospital regional - Em Alta Floresta as esperanças estão todas voltadas no novo hospital regional, como a solução para todos os problemas relacionados ao atendimento na Saúde, inclusive ao serviço de hemodiálise.
O vereador Dida Pires enfatiza que com a inauguração do Hospital, que está sendo construído pelo governo estadual, prevista para dezembro deste ano, a população de Alta Floresta e região passam a ter atendimento de qualidade.
“Eu acredito que a situação mude. Vai melhorar bem e vai mudar estas questões das viagens dos pacientes para outras cidades. O governador deve inaugurar o prédio e já comprar todos os equipamentos.
Inclusive há promessas de emendas dos senadores para esta finalidade. E ele já vai colocar para funcionar. A estrutura é muito boa e vai ter hemodiálise e outros atendimentos. O hospital regional vai ajudar muito a região e será aparelhado. No SUS a procura é grande, mas o atendimento é um direito do cidadão”, projeta o vereador.