José Vieira do Nascimento
Editor Mato Grosso do Norte
Enquanto a prefeitura de Alta Floresta não constrói a ponte de acesso ao bairro Cidade Bela, os moradores encontraram uma forma de fazer a travessia de um lado para outro do córrego, para encurtar o caminho. Foi construído uma pequena balsa de madeira, amarrada à uma corda de náilon, que serve de transporte para quem está a pé ou de bicicleta, passar para o outro lado sem ter que fazer uma grande volta.
A ponte foi derrubada em fevereiro, mas as obras estão paralisadas até agora e a população, ao mesmo tempo que cobra para a prefeitura apressar a construção da ponte, se arriscam para fazer a travessia na balsa improvisada.
A moradora Maria Aparecida Barbosa Gonçalves, que conversou com a reportagem do jornal Mato Grosso do Norte no momento que atravessou o córrego na balsa, aproveitou para cobrar a execução da obra. “Todas às vezes que vamos para o centro da cidade, passamos na ‘balsinha’. Se for dar a volta fica muito longe”, reclama,
Segundo ela, todas as pessoas que vem da Cidade Bela a pé ou de bicicleta, passam pela balsa. “É perigoso e meu filho diz que é fundo e fala para mim não passar por aqui. Mas prefiro vir por aqui que é mais perto”, conta ela, acrescentando que já sonhou duas vezes que seu neto havia caído dentro do rio e estava se afogando. “É perigoso uma criança cair ai dentro”, acrescenta.
A moradora cobra agilidade da prefeitura municipal na execução da obra da ponte e disse que a população do bairro Cidade Bela está revoltada com a demora para a obra ficar pronta.
A jovem Alice Francilene, que trabalha no Supermercado Floresta, usa a balsa para ir e para voltar do trabalho. Ela disse que caso aconteça algo, não tem medo de morrer porque sabe nadar e que prefere passar pelo local a ter que dar uma volta pelo bairro Cidade Alta, para chegar no trabalho.
O comerciante José Ribamar, que mora no bairro há 28 anos, reclama dos transtornos que a demora na construção da ponte está causando. Segundo ele, a população está reclamando muito, principalmente quem tem filhos pequenos que precisam atravessar para ir para a escola, porque o colégio é do outro lado da ponte.
Para os comerciantes, ele afirma que está sendo ruim porque as vendas caíram muito. “Todo mundo está reclamando. Aqui é um bairro grande, que mora muita gente, e está ruim para todos. As vendas nos comércios aqui do bairro, diminuiu para todos”, reclama.
Sobre a balsa, ele disse que há perigo, mesmo o córrego sendo estreito, pois tem muita gente que passa pelo local que não sabe nadar. “O risco é grande, principalmente para as crianças. A prefeitura tem que terminar esta obra o mais rápido possível, está demorando demais. Falaram que seria dois meses e estamos esse tempo todo esperando. É triste o governo da cidade fazer uma coisa dessa com a população”, frisa.
Segundo José Ribamar, a prefeitura não tem dado nenhuma explicação para a população sobre o atraso na obra da ponte. “Não tem resposta nenhuma pra gente. Ninguém fala nada. Pararam e pronto!”, Pontua.
Para, João Vicente Dias, o Paraíba, a ponte deveria ter sido interditada apenas para carro grande e ter sido demolida somente depois que a prefeitura tivesse condições de começar a obra e terminá-la. Segundo ele, a ponte só oferecia risco de cair com veículos pesados, mas poderia ser usada para carros de passeio, bicicletas, motos e quem anda a pé. “Risco maior é agora com as pessoas atravessando nesta balsa. Teria que ter deixado a ponte, para a população não estar sofrendo e correndo risco. Além disso, não tem mais movimento aqui pra gente. Parou tudo. Quem quiser passar, tem opção de rodear pelo São José Operário, pela Cidade Alta ou passar pela balsa. Está péssimo! Esperamos que a prefeitura tome providência” rechaça.
Outro lado - A prefeitura de Alta Floresta informa que a previsão é que os tubos para construção da ponte devem chegar até na próxima semana em Alta Floresta. Estão sendo fabricados em uma empresa do Rio de Janeiro.