Dionéia Martins
Mato Grosso do Norte
Depois de 49 dias internado no Hospital Regional Albert Sabin, em Alta Floresta, João Vitor Coelho voltou para casa em um reencontro marcado por emoção, fé e alívio. O jovem sobreviveu a um gravíssimo acidente na rodovia MT-208, lutou pela vida e hoje é considerado um verdadeiro milagre.
No dia 21 de maio, carro que João dirigia, colidiu de frente com um caminhão da Prefeitura Municipal de Alta Floresta. O impacto foi tão forte que a picape em que estava pegou fogo instantaneamente. João conseguiu ser retirado do veículo por moradores que estavam no local, mas o amigo que estava ao seu lado, Rafael, não teve a mesma sorte e morreu carbonizado.
João chegou ao hospital em estado crítico. Foi direto para a UTI, onde permaneceu sedado por mais de vinte dias. Ao longo das semanas seguintes, enfrentou uma batalha silenciosa pela vida: fraturas, traumatismo craniano, coma induzido, complicações. Passou por cirurgias e enfrentou dias em que tudo parecia incerto.
Do lado de fora, uma corrente de orações se formava. Familiares, amigos e até desconhecidos se reuniam em frente ao hospital, dia após dia, clamando por sua recuperação.
Cada pequeno progresso era celebrado como uma vitória. A família não arredou o pé do hospital e os profissionais de saúde também se apegaram à força do jovem. “Foram noites sem dormir, orando, pedindo a Deus que deixasse meu filho viver”, conta Miro Coelho, pai de João, emocionado.
No dia 10 de julho, após longas sete semanas internado, João recebeu alta. A cena da saída do hospital foi marcada por aplausos, música e lágrimas. Enfermeiros, médicos e técnicos se reuniram para homenagear o jovem que resistiu ao que parecia impossível.
Agora em casa, João ainda enfrenta desafios. Ele está com uma fratura na perna, não anda, fala com dificuldade e sofre episódios de desorientação devido ao traumatismo craniano. Está sendo acompanhado por equipe médica e de fisioterapia do município, que dará continuidade ao tratamento domiciliar.
“Ele ainda está se alimentando por sonda, mas já consegue comer um pouco pela boca, não é o suficiente, mas já é um recomeço”, relata o pai.
A dor da perda de Rafael, o amigo que estava no carro, ainda é uma ferida aberta para a família. A notícia ainda não foi dada a João, por orientação médica. “Ele gostava muito do Rafael. A gente teme o impacto emocional que isso pode causar no estado psicológico dele. Não é hora ainda”, desabafa Miro.
A mãe, Mari Batista, reforça o sentimento de gratidão. “O João é o milagre de Deus. Foi muito sofrimento, mas a gente nunca perdeu a fé. Deus nos ouviu. Hoje, ter ele nos nossos braços é a resposta das orações de muita gente”.
A história de João Vitor tocou a cidade inteira. Não apenas por sua gravidade, mas pela mobilização que gerou. Ele se tornou símbolo de resiliência, esperança e fé. Como cantaram os profissionais no corredor do hospital, João é agora um verdadeiro campeão e segue lutando, dia após dia, para retomar sua vida com a ajuda da família e dos amigos.
