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Carros Segunda-feira, 08 de Dezembro de 2025, 14:12 - A | A

08 de Dezembro de 2025, 14h:12 - A | A

Carros / Fiat Pulse Impetus

Ímpeto tecnológico

Fiat Pulse Impetus híbrido com visual renovado mostra eficiência e boa dinâmica



 

Eduardo Rocha/Auto Press

 

                Desde que foi lançado, em 2021, o Fiat Pulse se consolidou como um dos principais atores no segmento de SUVs de entrada, ou B-. É um nicho dentro dos crossovers compactos com dimensões e preços um pouco menores, que hoje está povoado por Volkswagen Tera, Renault Kardian, Honda WR-V e o recém-apresentado Nissan Kait – a Chevrolet também prepara seu SUV de entrada, no chamado Projeto Carbon. Desde sempre, a Fiat buscou dar uma vantagem competitiva ao modelo, principalmente através de uma boa relação custo/benefício.                

Há um ano, no entanto, a marca resolveu ampliar essa vantagem com tecnologia. No caso, o sistema híbrido leve. Ele traz maior eficiência no consumo, 10% menor na cidade, e também vantagens ficais – em diversos estados, modelos eletrificados têm incentivo nas taxas de IPVA. O sistema, batizado pela marca como bio-hybrid, é oferecido apenas nas versões mais caras da gama normal, Audace e Impetus, ambas animadas pelo motor T200, 1.0 turbo de três cilindros. Ainda assim, respondeu este ano por 38% dos emplacamentos do modelo, ou 15.500 em 40.300 unidades do Pulse em 2025.                

Inicialmente, o sistema híbrido leve era oferecido opcionalmente, mas na linha 2026 passou a ser de série, o que contribui para diluir o impacto no preço. A mudança de estratégia veio acompanhada de outras mudanças, como o visual dianteiro, que ganhou o para-choque e o contorno da entrada de ar da versão Abarth, mas com uma grade com hastes verticais e horizontais. A versão avaliada, Impetus, ainda passou a oferecer teto solar panorâmico como opcional, o que eleva o valor do modelo de R$ 147.990 para R$ 152.980 – no caso da unidade testada, na com branca, o total chegou a R$ 152.970.                

A tecnologia consiste em um motor elétrico que funciona tanto como alternador quanto como propulsor, que também substitui o motor de arranque. Ele está ligado fisicamente ao motor a explosão e a alimentação do sistema é promovida por duas baterias de 12 V: uma normal, de 68 Ah, que fica no cofre do motor, e outra sólida, de íon de lítio, alojada sob o banco do motorista. A central eletrônica coordena a ação de cada um dos elementos desse conjunto, sem qualquer intervenção do motorista. O motor elétrico não movimenta o carro diretamente e apenas alivia o trabalho do motor em momentos críticos, como arrancadas e retomadas em baixa velocidade. Daí só apresentar economia relevante em ambiente urbano – em média, uma economia de 10,7%.                

Com este sistema híbrido, a Stellantis cumpre as exigências do Proconve L8, em que a fabricantes tem de apresentar emissões paulatinamente reduzidas até 2031. Por isso, o motor T200 com sistema híbrido leve já começou a se espalhar pelos modelos da holding, como é o caso de Peugeot 208 e 2008. E o mesmo processo deve ocorrer também com os modelos da Citroën – C3, Basalt e C3 Aircross – que utilizam este propulsor.  

Ponto a ponto  

Desempenho – A tendência da Stellantis é passar a aplicar o sistema híbrido leve de 12V em toda a sua gama que usa o motor T200, ou GSE 1.0 Turbo de três cilindros. Mesmo que ele não afete em quase nada o desempenho, há uma pequena ajuda na hora de sair da imobilidade, percebida mais no consumo que no cronômetro. De qualquer forma, a potência de 125/130 cv e o torque de 20,4 kgfm são suficientes para animar o pequeno crossover. Mesmo gerenciado por um câmbio CVT, o Pulse Impetus mostra um certo vigor e bons ganhos de velocidade. O zero a 100 km/h é feito em razoáveis 9,4 segundos. O motor enche facilmente em qualquer faixa de giro. Nota 8.  

Estabilidade – A Fiat tem tradicionalmente um ajuste macio de suspensão. E esse é um ponto que ajuda no sucesso da marca no Brasil, uma terra de pisos irregulares. O Pulse também segue esse conceito. Mesmo que a maciez permita um certo movimento da carroceria, oferece mais conforto aos ocupantes. A ideia é oferecer uma viagem mais focada no prazer que na velocidade. Por outro lado, a versão Impetus adota rodas aro 17 e pneus 205/50, com 10,25 cm de flanco, que aumenta o controle e reduz a filtragem dos desníveis, de forma sutil. Nota 7.  

Interatividade – A central multimídia Uconnect, usada pela Stellantis, é um dos mais eficientes e práticos do mercado. Com tela de 10,1 polegadas, o sistema é muito amigável no uso e simples de conectar. No caso nos novos modelos híbridos leves, foram incluídos um medidor de carga da bateria e uma tela no menu do computador de bordo que exibe o caminho da energia até as rodas. A função de ambos é mais lúdica do que prática, pois o condutor não tem como interferir no funcionamento do sistema. No mais, o traz comandos clássicos com botão nas portas, no console central e no volante multifuncional. O modelo conta apenas com recursos ADAS básicos, como frenagem autônoma, farol alto automático e monitor de faixa, o que deixa em desvantagem em relação aos rivais. Nota 8.  

Consumo – De acordo com a última tabela do Inmetro, o Fiat Pulse Impetus 200 Turbo Hybrid Flex registrou médias de 9,3/10,2 km/l com etanol e 13,4/14,6 km/l com gasolina, na cidade/estrada, o que rende notas A na categoria e C no geral. O consumo próximo entre cidade e estrada fica por conta do sistema híbrido leve, que só atua em giros médios e baixos, típicos de ambiente urbano. Ele acaba sendo entre 8 e 11% mais econômico que a versão T200, que não tem o sistema híbrido. Nota 8.  

Conforto – Apesar de ter um modelo capaz de expor uma certa esportividade, a suspensão macia é quem determinada uma dinâmica de conforto para o Pulse. Os bancos são simples, mas têm ergonomia correta. A insonorização da cabine é boa para o segmento, principalmente em relação a ruídos aerodinâmicos, de rodagem e do motor, mas não filtra tão bem outros ruídos externos. Nota 9.  

Tecnologia – A plataforma do Pulse, MLA, é uma evolução da MP1, usada no Argo. Eles mantêm pontos em comum, como a esquadria estrutural da cabine, que sustenta as portas, mas tem mais uso de materiais como aços de ultra-alta resistência, suspensão específica e arquitetura eletrônica mais moderna. Com isso, pôde receber recursos que vão do alerta de colisão frontal ao carregador por indução. Na versão Impetus, o diferencial é a motorização híbrida leve, que deixou o modelo mais econômico, além de trazer vantagens fiscais. Nota 8.  

Habitabilidade – A maior diferença do Pulse para o Argo em relação â cabine está no rebaixo do piso, compensado pela elevação da suspensão. O reflexo direto é que os passageiros ficam mais eretos, ou menos afundados, o que melhora a ocupação longitudinal do habitáculo, dando maior espaço para pernas e cabeças. O acesso também é facilitado pela altura do veículo. O porta-malas, com 370 litros, tem tamanho aceitável para o segmento. Nota 8.  

Acabamento – Mesmo nas versões de entrada, a Fiat consegue valorizar o acabamento de seus carros com texturas agradáveis e montagem bem cuidada. No caso da versão Impetus, os materiais ainda apresentam um refinamento maior, com bancos com revestimento em couro sintético de boa qualidade, áreas de toque macias e volante com couro. Colunas e teto são em preto, o que dá um certo requinte à cabine. Nota 8.  

Design – As linhas do Pulse são suaves, sem ousadia, mas agradam. Ele traz volumes equilibrados e uma boa combinação de linhas orgânicas com detalhes geométricos. Com o face-lift pelo qual passou esse ano de 2025, ganhou um ar mais moderno com a nova frente, com para-choque e formato da grade herdados da antiga versão Abarth, mas com aletas horizontais e verticais na entrada de ar. A pintura em dois tons e as novas rodas com cinco pétalas valorizam o conjunto. Nota 7.  

Custo/benefício – O Pulse praticamente inaugurou o segmento e SUV de entrada, que hoje já conta com rivais como Renault Kardian, Volkswagen Tera e agora com Nissan Kait. Nenhum deles, no entanto, consegue ter preços tão agressivos com o mesmo nível de motorização. É também o único SUV compacto que oferece versões híbridas, que já respondem por 38% das vendas, mesmo estando disponíveis apenas nas versões mais caras. Nota 8.  

Total – O Fiat Pulse Impetus 200 Turbo Hybrid Flex somou 79 pontos em 100 possíveis.  

 

Impressões ao dirigir

Fluxo urbano             

 Apenas dois detalhes visuais denunciam que o Pulse Impetus é dotado de sistema híbrido leve. Por fora, o emblema azul na tampa do porta-malas com os dizeres “Hybrid” em branco. Por dentro, novamente a palavra “Hybrid”, agora na parte inferior do cluster de instrumentos. Depois de ligado, aparece no painel um medidor da carga do sistema elétrico na borda do conta-giros. E no computador de bordo há ainda uma página que mostra o fluxo de energia. Esses detalhes emprestam uma imagem de tecnologia que valorizam o modelo. Mas uma vez posto em movimento, o condutor só consegue perceber alguma diferença na hora de abastecer, pois o Pulse fica cerca de 10% mais econômico na cidade.                

O modelo apresenta um bom desempenho, mas não mudou em relação à versão sem o sistema híbrido. O que é uma boa notícia. Com a tecnologia bio-hybrid, o Pulse não precisou estrangular nenhum de seus 125 cv com gasolina e 130 cv com etanol, como já aconteceu com diversos outros modelos do mercado brasileiro – inclusive na própria Fiat.                

Entre 1.500 e 3 mil giros, a central eletrônica canaliza os 4 cv de potência e o 1 kgfm de torque do motor elétrico exclusivamente para reduzir o esforço do motor a explosão, sem afetar o desempenho do carro. A ação do motor elétrico pode representar até 25% do esforço total na arrancada. Com isso, o Pulse manteve o comportamento ágil, com potência disponível em qualquer faixa de giros. O motor T200 se entende bem com o câmbio CVT, que ficou um pouco mais responsivo. Nas tocadas mais agressivas, a suspensão macia permite alguma rolagem lateral, mas nada dramático.                

Por dentro, o modelo traz comandos amigáveis – sem necessidade de entrar em ciclo de tentativa e erro para descobrir funções, como acontece com muitos novos modelos. Praticamente todos os comandos importantes podem ser feitos a partir do volante multifuncional. O espaço interno é generoso, com boa altura na cabine. O ambiente, com acabamento caprichado, mesmo sem ser luxuoso, agora foi incrementado por um teto solar panorâmico opcional. Um dos pontos altos é a central multimídia: simples, eficiente e com interface descomplicada. Enfim, o melhor do Pulse é conseguir simplificar a relação homem-máquina, ao mesmo tempo que atende quem quer um carro prático para o dia a dia.  

 

Ficha técnica

Fiat Pulse T200 Hybrid Impetus 2026

Motor: Gasolina/etanol, transversal, dianteiro, com 999 cm³, sobrealimentado por turbo, três cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, eixo de comando simples no cabeçote e injeção eletrônica multiponto. Motor elétrico: Com 12 V, 3 kWh (4,08 cv) de potência e 1,02 kgfm de torque. Dianteiro transversal acoplado mecanicamente ao motor a explosão com funções de arranque, propulsão e gerador, alimentado por uma bateria auxiliar de íon de lítio.

Transmissão: Automático continuamente variável, CVT, com sete relações pré-programadas à frente e uma à ré. Tração dianteira com sistema de tração TC+ para limitação do escorregamento do diferencial. Potência: 125 cv a 130 cv, com gasolina e etanol, a 5.750 rpm.

Torque: 20,4 kgfm, com gasolina ou etanol, a 1.750 rpm.

Diâmetro X curso: 70,0 x 86,5 mm.

Taxa de compressão: 10,5:1.

Aceleração 0-100 km/h: 9,7/9,4 segundos com gasolina/etanol.

Velocidade máxima: 187/189 km/h com gasolina/etanol.

Carroceria: Utilitário esportivo (SUV) com quatro portas e cinco lugares. Com 4,10 metros de comprimento, 1,78 m de largura, 1,58 m de altura e 2,53 de distância entre-eixos. Altura mínima para o solo de 19,6 cm. Ângulo de 20,4º de ataque e de 31,6º de saída. Airbags frontais e laterais de série.

Suspensão: Dianteira tipo McPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores transversais com barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos de dupla ação e molas helicoidais. Traseira com eixo de torção com amortecedores hidráulicos de dupla ação e molas helicoidais.

Freios: Dianteiro a disco ventilado com 284 mm de diâmetro com pinça flutuante. Traseiro a tambor com regulagem automática. ABS com controle de partida em rampa e controle de estabilidade.

Pneus: 205/50 R17.

Peso: 1.245 kg em ordem de marcha com 400 kg de capacidade de carga.

Porta-malas: 370 litros.

Lançamento da versão híbrida: novembro de 2024.

Produção: Betim, Minas Gerais.

Preço: R$ 147.990.

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