por Ruben Hoyo
Autocosmos.com/México
Exclusivo no Brasil para Auto Press
O novo Lexus NX350h não é um produto qualquer. Trata-se do veículo mais importante para a marca de luxo da Toyota, que projeta uma participação de 40% em suas vendas totais no mundo. No Brasil, o modelo começou a chegar em março às nove concessionárias da marca em três versões de acabamento/conteúdo: Dynamic, Luxury e F-Sport, com preços de R$ 354.990, R$ 380.990 e R$ 413.990, respectivamente.
Todas elas são animadas pela mesma motorização, que combina um propulsor 2.5 litros de quatro cilindros, de 192 cv de potência e 22,1 kgfm de torque, com um elétrico de 186 cv e 27 kgfm. No total, ele gera até 246 cv, com torque de 49,1 kgfm. O conjunto é gerenciado por um câmbio CVT com seis marchas pré-programadas, que direciona a força do motor térmico para as rodas dianteiras, enquanto o elétrico age sobre as rodas traseiras, formando um sistema AWD híbrido.
Feito para superar os SUVs alemães, NX350h é o principal lançamento da Lexus este ano
O NX compartilha com o Toyota RAV4 Hybrid a plataforma e também o motor térmico 2.5 litros, mas numa configuração mais agressiva. No RAV4, ele rende 14 cv a menos, mas tem um torque ligeiramente maior, de 22,5 kgfm. O motor elétrico também é maior e mais potente no modelo de luxo, com 66 cv e 6,4 kgfm a mais. No total, o RAV4 tem 222 cv e 43,1 kgfm.
Embora muitos componentes sejam compartilhados com a Toyota, o NX difere completamente no aspecto visual tanto por fora quanto por dentro. Na frente, a grande grade frontal em formato de ampulheta, característica da marca, é exuberante demais, sem qualquer traço de timidez. O SUV tem linhas orgânicas, com linha de cintura alta, linha de vidros estreita e traços rápidos. No geral, a aparência é sofisticada e esportiva.
Portas adentro, o mesmo conceito aparece. O visual é agradável e em geral você não encontra elementos em comuns com os carros da Toyota – mesmo que, sob a pele, sejam bastante semelhantes. A atmosfera do habitáculo é valorizada por materiais de uma qualidade muito alta e uma montagem precisa e bem cuidada. Destoa um pouco a presença de alguns plásticos como no console central ou nas partes inferiores da porta e do painel, que poderiam ser melhores.
Embora a versão base, Dynamic, tenha uma tela de 9,8 polegadas, que cumpre totalmente as funções do sistema multimidia, a versão com tela de 14 polegadas da versão testada, a Luxury, traz recursos a mais, como GPS interno, com orientações projetadas pelo head up display. Ela é combinada com um cluster de instrumentos digital de 7 polegadas e cria um ambiente muito mais teatral, com um ar de grande modernidade. Em ambos os casos há compatibilidade sem fio com Apple CarPlay e Android Auto, carregador por indução, teto panorâmico fixo e controle automático de clima de zona dupla. Os bancos dianteiros são extremamente confortáveis e contam com sistema de aquecimento e de ventilação. Os traseiros trazem apenas aquecimento e embora o design externo seja bastante arredondado, com um caimento acentuado do teto, há um bom espaço para a cabeça atrás. Quatro adultos viajam com um bom nível de conforto.
Para justificar os R$ 33 mil a mais da versão F-Sport, em relação à Luxury, a NX350h recebe elementos estéticos próprios de uma versão esportiva, como rack e grade em preto e couro sintético perfurado, entre outros. Isso além de itens como teto solar panorâmico com abertura, suspensão adaptativa, câmera 360º, sistema de estacionamento semiautomático e frenagem autônoma em baixa velocidade.
Já a versão Luxury conta com itens como câmera de ré, direção com ajuste elétrico, controle de cruzeiro adaptativo, espelho interno eletrocrômico, sensor de chuva, paddle shifts no volante, porta-malas com abertura e fechamento elétrico com sensor de movimento sob o para-choque, alerta de tráfego traseiro, assistente de colisão frontal com frenagem autônoma, iluminação em led, farol alto automático, alerta de ponto cego e monitor de faixa.
Primeiras impressões
Requinte com pragmatismo
O NX 350h recebe muito bem o motorista, com conforto e luxo. Mas mesmo no modo de condução Sport, não se pode dizer que as acelerações são fortes. Ele entrega bastante – zero a 100 km/h em 7,7 segundos –, mas neste segmento espera-se mais. Até porque o NX enfrentará produtos como Volvo XC60, Audi Q5, Mercedes-Benz GLC ou BMW X3, que oferecem motores turbo poderosos. Obviamente, devido à natureza de um modelo híbrido, o NX uma vantagem interessante, principalmente em relação ao preço cobrado por modelos híbridos plug-in.
O isolamento do vento e do ruído de rolamento é excelente, o que na cidade ou nas taxas de velocidade de cruzeiro na estrada faz com que ele ofereça um alto nível de refinamento. No entanto, quando se acelera completamente, o trabalho da caixa continuamente variável de seis marchas é muito barulhento e nesses breves momentos o refinamento desaparece. O NX gruda bem no asfalto e transmite confiança para alcançar boas velocidades na rodovia. A direção é comunicativa e precisa, enquanto a frenagem é firme.
O NX entra em um segmento tremendamente competitivo, onde o emblema importa e muito. Nesse sentido, a marca ainda é pouco reconhecida no Brasil – pelo menos, não no nível da tríade alemã. Mas como modelo híbrido, o SUV da Lexus tem uma proposta mais interessante, que difere bem de seus rivais, oferecendo um desempenho bastante aceitável e se mostrando uma opção mais sensata na relação custo/benefício.
