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Carros Quarta-feira, 03 de Setembro de 2025, 10:07 - A | A

03 de Setembro de 2025, 10h:07 - A | A

Carros / AUTO PERFIL

Pelas bordas do Mercosul

Como anda a Kia Tasman, que chegou ao Chile e se prepara para disputar mercado no Brasil



 Jorge Beher/ Autocosmos.com/Chile
Exclusivo no Brasil para Auto Press

                Não há espaço que fique vazio muito tempo. Mal a produção da Fiat Titano se mudou da Nordex para Córdoba, na Argentina, e logo apareceu um candidato para usar as ociosas linhas montagem no Uruguai. A Kia Motors está se aprontando para atacar o mercado de picapes médias com a novíssima Tasman, lançada em fevereiro na Coreia do Sul e Austrália e que acaba de ser apresentada no Chile.

A trajeto de mercado do modelo já está traçado: começa no Chile, vai para a Argentina e, com a montagem em CKD no Uruguai, desembarca no Brasil, possivelmente em novembro. A pretensão é encarar principalmente as líderes locais nos dois principais mercados: Toyota Hilux no Brasil e Volkswagen Amarok na Argentina.     

            Nessa primeira apresentação dinâmica na América do Sul, a Kia Tasman foi submetida um bom teste off-road, com desafios bem duros. A picape média teve de transpor estradas estreitas e lamacentas, curvas fechadas com declives acentuados, subidas, áreas para cruzar eixos, pedras, troncos, degraus com água e até uma gangorra de madeira, sem contar o trecho de asfalto para chegar ao seu destino.           

      Apesar de ser um segmento com valores elevados, os modelos vendidos no Brasil já são um tanto defasados. O projeto da Hilux, por exemplo, é de 2015, o da Nissan Frontier é de 2014, os da Ford Ranger e da Chevrolet S10 são de 2011, o da Amarok é de 2010. O projeto mais novo, embora não seja moderno, é o da Titano, baseado na Peugeot Landtrek, de 2020. E é esse espaço que pode se abrir para a nova Tasman. Há muitas características da picape média sul-coreana que foram pensadas para inovar na proposta tanto como veículo para o dia a dia quanto para o uso em situações mais exigentes, como no trabalho ou no off-road.         

        Um dos pontos que destacam essa versatilidade está no conceito da suspensão, mais progressiva na frente e mais rígida na parte de trás. O sistema traz batentes hidráulicos seletivos de frequência, com melhor dissipação de ruído e vibração na estrutura principal.

E dependendo da versão, recebe um tratamento diferente - é mais alta na variante X-Pro, direcionada para o off-road, que tem 25,2 cm de altura livre para o solo. Outros pontos dessa equação são o uso de tipos de aços diferentes na composição do quadro do chassi, que suporta a carroceria.               

  Para isolar a cabine do ruído da caixa ou proteger os componentes eletrônicos do carro na água – que tem capacidade de imersão de 80 cm – os módulos foram colocados atrás dos encostos traseiros. Até a entrada de ar, no lado esquerdo do motor, está a 95 cm do solo e em uma área fácil de modificar para instalar um snorkel. Os ângulos para encarar obstáculos também impressionam: 32,2º no ataque, 25,8º no ventral e 26,2 º na saída.          

       Testes intensos, realizados em condições que vão desde o gelo da Suécia até o calor dos desertos da Austrália, serviram para ajustar o sistema de tração e seus modos de direção, onde a transmissão aprende a reter as marchas ou fazer as mudanças mais baixas ou mais altas, de acordo com as condições do terreno. O sistema 4WD é equipado com uma caixa de transferência com uma embreagem multidisco.           

      Sob o capô, a versão que virá para o Brasil terá um motor turbodiesel com quatro cilindros em linha, 2.2 litros (2.151 cm³) com 210 cv de potência e 44,9 kgfm de torque. Ele é gerenciado por um câmbio automático de oito marchas e forma um conjunto m.ais que suficiente para animar a picape de pouco mais de 2 mil quilos, capacidade de carga acima de 1 mil kg e capacidade de reboque de 3.500 kg.

O porte da Tasman é ligeiramente maior que os rivais de segmento, que em geral têm entre 5,20 e 5,30 metros. Ela tem 5,41 metros de comprimento, altura entre 1,87 m e 1,92 m, dependendo da versão, largura de 1,93 m e entre-eixos de 3,27 m.        

         Um dos pontos de maior destaque da Tasman é, sem dúvida, o visual. Externamente, a inspiração é explicitamente vintage. O capô afunila em direção à grade dianteira composta por aletas verticais e os faróis, também verticais, ficam instalados nos ressaltos dos para-lamas – os traseiros escondem um pequeno porta-volumes. A carroceria abusa das linhas geométricas e o desenho, ao mesmo tempo que parece quase infantil, é extremamente ousado e original.            

     Por dentro, no entanto, tudo muda. No habitáculo, a Kia Tasman mostra um lado altamente tecnológico. A moldura all-glass vai desde o lado esquerdo do console frontal até a altura do final do console central. São três telas combinadas; a do painel, atrás do volante, uma menor para o ar-condicionado dual zone e a terceira para a central multimídia. Além disso, o modelo traz um verdadeiro arsenal de recursos ADAS, com sistemas de condução autônoma Nível 2.     

            Tudo isso revestido com materiais de ótima qualidade e com muito espaço para os ocupantes. Um detalhe que não se pode ignorar diz respeito aos assentos traseiros. São, de longe, os melhores entre todos as picapes médias atuais. O encosto tem uma reclinação que vai de 22º a 30º e ainda traz sob o banco um generoso espaço de armazenamento. Com soluções criativas, design cheio de personalidade e itens de tecnologia, a Kia Tasman tem tudo para forçar os rivais acelerarem a evolução de seus modelos.

foto/ Divulgação

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Primeiras impressões

Dinâmica hi-tech                

Grande parte do trabalho de avaliação da Kia Tasman foi feito com a transmissão em 4H e em 4L, utilizando principalmente o modo areia, que deu mais desenvoltura à picape do que o modo lama. Além do uso do modo rocha em algumas áreas que exigiam mais tração e o bloqueio do diferencial da versão X-Pro (nas demais versões, é equipado um diferencial de escorregamento limitado).

Na experimentação, a novidade ficou por conta do sistema X-Trek, um controle de cruzeiro off-road em que a picape acelera sozinha em velocidades muito baixas, o que livra o para se concentrar nas manobras e no monitoramento dos obstáculos.             

 Mesmo sem ser um modelo esportivo como a Hilux GR Sport, a Kia Tasman torna tudo mais fácil. As capacidades da versão X-Pro são competentes o suficiente para que não seja preciso adaptações ou modificações intensas para enfrentar rotas mais complexas.

Claro, o Tasman não é uma picape para chafurdar na lama até o teto, mas numa condução técnica, o sistema de tração eficiente e os 44,9 kgfm de torque serão muito mais do que suficientes. A direção é amigável e os diferentes modos de direção fazem boa parte do trabalho.          

       Já as versões mais mansas da Tasman, LX e EX, que também contam com tração 4X4, são mais propícias ao uso convencional, por sua menor altura livre para o solo, de 20,6 cm, e pelos pneus de uso misto.

Mesmo para essas versões, porém, há também recursos para animar quem está ao volante. Caso do trabalho de suspensão, que torna a Tasman a picape mais confortável para dirigir em estradas de asfalto e também em estradas de cascalho e esburacadas.  

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