Dionéia Martins
Mato Grosso do Norte
Alta Floresta atingiu, em setembro de 2025, a marca de 57.463 veículos registrados e 31.621 condutores habilitados. Os números levantados junto ao Detran por Mato Grosso do Norte, mostram um retrato da mobilidade local em transformação: as motocicletas superaram os automóveis e se consolidaram como principal meio de transporte da população.
De acordo com o levantamento, o município contabiliza 18.351 motocicletas e 9.855 motonetas, somando quase 28,2 mil veículos de duas rodas. O volume representa praticamente metade da frota. Em comparação, os automóveis, que durante anos ocuparam o topo da lista, somam 15.598 unidades.
A predominância das motos chama atenção não apenas pela quantidade, mas também pelas consequências. Especialistas costumam relacionar o uso intenso desse tipo de veículo a um maior risco de acidentes, além de impacto direto nos serviços de saúde, já que motociclistas estão entre as principais vítimas de traumas no trânsito.
Outro dado que revela a vocação econômica da região é o número de caminhonetes: 7.079 unidades registradas. A categoria aparece como a terceira mais numerosa, reflexo da força do agronegócio, da pecuária e da vida no campo.
Além disso, há 1.934 caminhões e 542 caminhões-trator, sem contar quase 1.600 reboques e semirreboques. Esses números reforçam a importância logística de Alta Floresta para o escoamento da produção agrícola.
Entre os veículos registrados, 94% pertencem a particulares (54.685). O transporte por aluguel, que inclui táxis e aplicativos, soma apenas 2.362 veículos. A frota oficial contabiliza 365 unidades e a de aprendizagem, voltada às autoescolas, tem apenas 51 veículos.
Os dados evidenciam a forte dependência do transporte individual, enquanto o coletivo segue limitado. Alta Floresta possui 200 ônibus e micro-ônibus (217 ônibus e 64 micro-ônibus) registrados no sistema.
O crescimento acelerado da frota traz desafios. O aumento de veículos pressiona a infraestrutura viária, exige investimentos em pavimentação e manutenção de ruas, além de políticas públicas voltadas à segurança no trânsito.
Com quase um veículo para cada dois habitantes, o município precisa pensar em soluções que conciliem desenvolvimento econômico, segurança viária e qualidade de vida.
Por ora, os números mostram uma realidade clara: Alta Floresta é, cada vez mais, uma cidade sobre duas rodas.
