Dionéia Martins
Mato Grosso do Norte
Alta Floresta tem um motivo especial para celebrar o Dia do Biólogo neste 3 de setembro. Desde 1992, quando o curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) foi implantado no município, já são 61 turmas formadas e 1.012 profissionais graduados. Em 2025, a instituição comemora um marco importante: três décadas da formatura da primeira turma, símbolo de uma história construída com dedicação ao ensino, à pesquisa e à extensão no norte mato-grossense.
O coordenador do curso de Ciências Biológicas, Prof. Dr. Sérgio Alessandro Machado Souza, ressalta que a trajetória é marcada por compromisso com a ciência, a Educação e o desenvolvimento socioambiental da região norte do estado.
“Ao longo dessas mais de três décadas, o curso tem buscado não apenas formar profissionais, mas preparar cidadãos capazes de atuar em diferentes áreas da Biologia, atendendo demandas regionais e nacionais”, explica.
Segundo Sérgio, os egressos da Unemat vêm desempenhando papéis de destaque na Educação Básica e Superior, na Educação Ambiental, no monitoramento da fauna e flora e em consultorias ambientais para empreendimentos.
“Nossa contribuição vai desde o fortalecimento de políticas públicas de preservação e uso sustentável dos recursos naturais até a pesquisa científica de ponta. É um impacto que vai muito além de Alta Floresta”, observa.
As áreas de atuação também demonstram a versatilidade da profissão. Muitos biólogos formados pela instituição atuam como professores em escolas e universidades dentro e fora de Mato Grosso, outros seguiram carreira acadêmica em programas de mestrado e doutorado de excelência, há ainda os que atuam em laboratórios, consultorias para licenciamento ambiental, análises na área da saúde e projetos de conservação da Amazônia. Alguns egressos ocupam cargos em órgãos federais, como o ICMBio e o Ministério Público, enquanto outros trilham o caminho do empreendedorismo.
Entre os principais desafios, o coordenador destaca a necessidade de manter a qualidade acadêmica frente às rápidas transformações científicas e ampliar a inserção dos biólogos no mercado de trabalho. “Hoje, a maioria do nosso corpo docente já é doutora, o que assegura excelência na formação. Mas seguimos atentos para fortalecer estágios, pesquisas e projetos de extensão, sempre em diálogo com a comunidade e o setor produtivo”, afirma.
Olhando para o futuro, Sérgio revela que os planos incluem modernização da infraestrutura, criação de novos projetos de pesquisa e extensão e ampliação de convênios estratégicos.
“Queremos continuar oferecendo um ensino público, gratuito e de qualidade, sempre atualizado e conectado às demandas científicas e socioambientais do nosso tempo”, conclui.
A trajetória da bióloga Luany Alves Galvão Martinhão, hoje embriologista e doutoranda em Biologia Animal pela Universidade de Brasília (UnB), é um exemplo do impacto do curso de Ciências Biológicas da Unemat em Alta Floresta.
Ela conta que a escolha pela profissão surgiu ainda na época da escola, quando as disciplinas de Ciências e Biologia despertaram seu interesse.
No momento de decidir qual graduação seguir, optou pela Biologia, uma das opções disponíveis na cidade, atraída principalmente pelas disciplinas voltadas para a área da saúde e pela ciência básica, como embriologia, citologia animal, fisiologia animal, genética e microbiologia. “As aulas de laboratório sempre me chamaram muito a atenção”, lembra.
Hoje, trilhando uma carreira acadêmica em nível de doutorado, Luany deixa uma mensagem para os futuros biólogos que sonham em seguir pelo mesmo caminho: é preciso encontrar uma área pela qual se tenha verdadeira paixão, sonhar alto e não ter medo dos desafios. “Seja curioso, se envolva e aproveite cada oportunidade, mesmo as pequenas — elas abrem portas no futuro, assim aconteceu comigo. O caminho pode ser desafiador, mas cada passo vale a pena”, aconselha.