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Esporte Segunda-feira, 29 de Junho de 2020, 00:00 - A | A

29 de Junho de 2020, 00h:00 - A | A

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Jogadores do São Paulo reclamam de corte nos salários e atrasos



Marcelo Hazan
Globo Esporte.com 

Um corte nos salários acima do esperado pelos jogadores do São Paulo irritou parte do elenco.
O GloboEsporte.com recebeu relatos de atrasos e de que não foram pagos a todos em junho os 50% na CLT previstos no início da pandemia. A reclamação de alguns jogadores é de que o pagamento feito corresponde a 20% dos salários na carteira.
Em março, não houve acordo formal com os atletas e o clube fez uma redução unilateral.
A insatisfação acontece em meio à volta dos jogadores para testes clínicos, físicos e fisiológicos. Embora haja quem entenda a grave crise financeira aumentada pela pandemia de Covid-19, também há incômodo pela volta aos trabalhos sem o recebimento dos valores esperados. Os treinamentos serão iniciados a partir de quarta-feira (1º de julho).
Em meio à crise, o executivo de futebol Raí pretende fazer uma reunião nesta semana (possivelmente nesta segunda-feira) com os jogadores do São Paulo para explicar a situação e falar sobre os próximos passos.
Uma das possibilidades na mesa para conter a crise seria estender o corte salarial de 50% dos jogadores até o fim do ano. Empréstimo em banco também é uma alternativa pensada. Neste momento, tanto o prazo quanto a porcentagem desse possível novo corte estão indefinidos.

O corte salarial foi um dos temas da última reunião entre o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, a diretoria financeira e o Conselho de Administração. O departamento de futebol não participou do encontro.
Antes de tomar uma decisão, o São Paulo pretende buscar entendimento com os atletas. O assunto é considerado muito delicado no clube. A ideia é primeiro quitar os atrasos para depois propor um novo acordo salarial.
Nesse sentido, a intenção do clube é pagar essas pendências e resolver parte dos problemas de caixa com o dinheiro da venda de Antony ao Ajax.
A previsão é de que a maior parte do dinheiro (9,750 milhões de euros, cerca de R$ 60 milhões) seja paga no meio de julho. Pelo acordo, o Tricolor receberá os outros 6 milhões de euros no fim do ano.

O presidente Leco disse que vender jogadores será questão de sobrevivência depois da pandemia. Além das vendas, algumas possibilidades para conter a crise são renegociar contratos com altos valores com a opção de aumentar o tempo de vínculo e negociar rescisão com alguns atletas. Uma ideia seria alongar dívidas para 2021, diante do impacto do coronavírus nas finanças.

O São Paulo encara as piores dívidas em ao menos duas décadas.
O endividamento alcançou R$ 538 milhões no ano passado, contra uma receita de R$ 374 milhões.

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