Mariiana Mouro Nathalia Okde, g1 MT e TV Centro América
A jovem que matou a amiga, Isabele Guimarães Ramos, com um tiro na cabeça em um condomínio de luxo em Cuiabá, em 2020, foi expulsa da faculdade nesta sexta-feira, 16. Ela cursava medicina, na Faculdade São Leopoldo Mandic, em São Paulo.
Em nota, a universidade disse que “a presença da aluna gerou um clima interno de grande instabilidade do ambiente acadêmico. Com base no Regimento Interno da Instituição e no Código de Ética do Estudante de Medicina, publicado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), decidiu pelo desligamento da aluna”.
A jovem cumpria pena de três anos no Lar Menina Moça, que fica no Complexo do Pomeri, na capital. Em 2023 ela conseguiu uma decisão favorável da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e foi solta. A jovem foi solta com o alvará do juiz de primeira instância.
A decisão de expulsar a jovem foi tomada depois que a unidade de ensino recebeu uma denúncia feita ao Comitê de Compliance. Segundo a São Leopoldo Mandic, foi realizada uma investigação que constatou que a presença da aluna “gerou um clima interno de grande instabilidade do ambiente acadêmico”.
A jovem ainda poderá recorrer da decisão. Em nota, a faculdade citou a necessidade de “afastar riscos à reputação e imagem da Instituição”. O curso de medicina da São Leopoldo Mandic custa em torno de R$ 13 mil mensais.
De acordo com a True Crime, uma aluna do 5º ano de medicina, moradora de Cuiabá, capital de Mato Grosso, espalhou pela faculdade que a estudante tinha sido condenada por homicídio. Depois disso, a jovem teria passado a ser rejeitada pelos colegas de turma.
A mãe da jovem disse que a filha “não deve nada para ninguém”. “Minha filha não deve nada para ninguém. Cumpriu o que foi imposto pela Justiça. Ela merece viver a vida sem esse linchamento moral”, afirmou a mãe da estudante, hoje com 18 anos, ao blog True Crime, do jornalista Ullisses Campbell.
Ela ainda prometeu “não deixar barato” a situação vivida pela filha, que já enfrentou outras reações negativas. Segundo a mãe, quando ainda morava em Cuiabá, por exemplo, ela foi a um salão de beleza e acabou sendo chamada de “assassina” por uma cliente no momento em que era maquiada para uma festa.
Nota da faculdade
Em relação ao caso da aluna ingressante no curso de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, a Instituição tomou conhecimento do fato a partir de uma denúncia feita ao Comitê de Compliance.
Foi feita uma apuração e constatado que a presença da aluna gerou um clima interno de grande instabilidade do ambiente acadêmico.
Com base no Regimento Interno da Instituição e no Código de Ética do Estudante de Medicina, publicado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), a Faculdade São Leopoldo Mandic decidiu pelo desligamento da aluna, assegurando a ela a apresentação de recurso, em atendimento aos princípios do contraditório e ampla defesa.
A Faculdade tem como nortes a estabilidade de sua comunidade, a dignidade acadêmica e o respeito aos princípios éticos que regem o ensino superior, para o que se faz necessário afastar riscos à reputação e imagem da Instituição, construída ao longo dos últimos 30 (trinta) anos.