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Nacional Terça-feira, 30 de Agosto de 2016, 00:00 - A | A

30 de Agosto de 2016, 00h:00 - A | A

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12 - Atualizada em 23h52 14 horas, 48 questionamentos de senadores: os destaques da ida de Dilma ao Senado



ilma Rousseff chegou ao Senado às 9h03 desta segunda-feira (29) com a missão de controlar os ânimos e centrar esforços na defesa de sua biografia. Auxiliares haviam orientado a presidente afastada a "não meter os pés pelas mãos" nos embates com adversários e a manter o tom emocional nas suas intervenções.

Após quase sete horas de sessão no plenário, com um prato de sopa apoiado no colo, Dilma comemorava sua atuação "contida" e "firme".

Ao lado de aliados, em uma das salas da presidência do Senado durante o intervalo do fim da tarde, a petista disse que o momento de maior decepção até ali havia sido seu embate com o senador José Aníbal (PSDB-SP), seu amigo, segundo ela, há mais de 50 anos.

No plenário, Aníbal afirmou que a petista havia feito uma gestão "desastrosa". Ela respondeu que estava surpresa de ouvir a crítica de um ex-aliado, ao lado de quem lutou na época da ditadura.

Contou, entre parlamentares e ex-ministros, que deu aulas de reforço para o hoje senador tucano, ajudando-o a passar no vestibular, e que foi ele a primeira pessoa que a visitou quando ela saiu da prisão. Disse que preferia não falar de política com Aníbal desde que foram para "lados opostos".

Eram quase 19 horas e Dilma aparentava cansaço, sua voz já estava começando a falhar após o longo interrogatório a que estava sendo submetida. O dia da presidente afastada havia começado bem cedo, com um café da manhã no Palácio da Alvorada com ex-ministros, parlamentares, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o cantor e compositor Chico Buarque.

Chico, inclusive, foi tietado pelos presentes e inspirou a brincadeira que Dilma repetiu pelo resto do dia: seu advogado, José Eduardo Cardozo, não poderia mais "jogar charme para ninguém", porque Chico "estava roubando todas as atenções". Cardozo, conhecido por ser o "galã" entre os petistas, virou a vítima favorita dela no terceiro dia de julgamento.

Quando entrou no plenário do Senado, às 9h43, porém, Dilma estava bastante sóbria. Cumprimentou o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, que preside a sessão do julgamento do impeachment, e se sentou na ponta direita da tribuna. Num primeiro momento, não sorriu.

Começou a relaxar após seu discurso de quase 50 minutos e conseguiu se manter contida nos embates. Mas permaneceu Dilma quando ajeitou o microfone de Cardozo, pediu ao assessor Bruno Monteiro seus óculos de leitura apenas com um gesto brusco feito com as mãos e levantou as sobrancelhas quando contrariada.

Foi assim quando o senador José Medeiros (PSD-MT) afirmou que não era a democracia que estava sendo "carcomida por fungos", mas "o poder de compra dos brasileiros".

 

 

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