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Nacional Quinta-feira, 06 de Novembro de 2014, 00:00 - A | A

06 de Novembro de 2014, 00h:00 - A | A

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Aécio Neves diz que pedirá nova CPI em 2015



O candidato derrotado à Presidência da República, senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou nesta quarta-feira que qualquer tentativa de conversa entre o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e a oposição está condicionado à investigação e à punição das denúncias de corrupção que atingem a Petrobras. Em pronunciamento de meia hora da tribuna do Senado, o tucano disse que os governos do PT foram ‘intolerantes‘ durante 12 anos e agora defendem o diálogo. Ele disse que é preciso saber se as propostas do governo atendam as necessidades dos brasileiros.

‘Qualquer diálogo tem que estar condicionado ao aprofundamento das investigações e exemplares punições daqueles que protagonizaram o maior escândalo de corrupção do país conhecido como petrolão‘, afirmou, quando foi efusivamente aplaudido em plenário. Segundo o tucano, o esquema só veio à tona porque não foi possível abafar os delatores do esquema da Petrobras. Aécio disse que esconder e camuflar foi a tônica do atual governo, embora não tenha conseguido esconder a corrupção. Ele mencionou que a corrupção chegou a níveis nunca antes atingidos no País.

Aécio Neves disse ainda que o governo escondeu que havia a urgência da necessidade de se fazer ajustes econômicos. Citou que, dias depois da eleição, houve um aumento da taxa básica de juros da economia e deu aval para reajuste do preço dos combustíveis. Durante a campanha, ele lembrou que Dilma negava que havia a alta de preços e a carestia.

Na quarta-feira da semana passada (29), em uma decisão totalmente inesperada, o Banco Central decidiu elevar a taxa básica de juros, para 11,25% ao ano, na primeira ação depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff. Desde abril, a Selic estava em 11,00% ao ano. No comunicado que se seguiu à decisão, a diretoria da instituição avaliou que seria oportuno ajustar as condições monetárias para garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016.

Após reconhecer a derrota das urnas, o tucano PSDB destacou os ‘mais pobres‘ e os nordestinos no discurso. Ele criticou o fato de que o a campanha de Dilma tentou dividir o País entre ricos e pobres, Norte e Nordeste. ‘Travamos nessas eleições uma disputa desigual, em que os detentores do poder usaram despudoradamente o aparato estatal para se perpetuarem por mais quatro anos‘, afirmou o tucano. O tucano disse ter se colocado nos últimos meses como alternativa de um estado mais eficaz e moderno. Disse ainda que propôs a reaproximação do Brasil com o resto do mundo, ao qual ‘demos as costas‘. ‘E que hoje os brasileiros convivem com um modelo econômico estagnado e pesado‘.

Aécio disse que subia à tribuna após as eleições com a carga de responsabilidade que teve com a votação e o projeto político do qual faz parte. Mas criticou, em vários momentos, a candidatura adversária. ‘A mentira foi a principal arma. Mentira sobre o passado, para desviar a atenção do presente‘, afirmou, ao dizer que a oposição foi acusado de propostas que nem sequer fizeram.

Conselhos - Antes do pronunciamento, ele afirmou que irá se empenhar pela derrota do decreto da petista sobre a regulamentação dos conselhos sociais. ‘Vamos dar ao decreto bolivariano no Senado o mesmo destino que se deu na Câmara‘, disse. Ao ser questionado sobre o uso do termo ‘bolivarianismo‘ e se concordava com a expressão, Aécio evitou qualificar a palavra. O senador disse que o usava porque tinha ouvido mais cedo no ato do PSDB com outros partidos de oposição, realizado em um dos auditórios da Câmara.

Aécio também comentou o voto que recebeu do ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP), conforme flagrou uma rede de televisão do Amapá. ‘Não penalizo o voto do Sarney, não. Ele votou foi no Tancredo. E Tancredo já agradeceu o voto‘, afirmou.

Derrota - Os deputados rejeitaram, na semana passada, a proposta de Dilma para regulamentar os conselhos de participação popular. A chegada do projeto ao Senado já causou mal estar entre a base governista e o Palácio do Planalto. Na semana passada, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a proposta gerou ‘insatisfação‘ no Congresso.

Gazeta Digital

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