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Nacional Terça-feira, 18 de Novembro de 2014, 00:00 - A | A

18 de Novembro de 2014, 00h:00 - A | A

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Em meio à crise, Petrobras anuncia mudanças na gestão



A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, anunciou nesta segunda-feira (17) que vai modificar a governança da estatal para ampliar seu controle interno. O anúncio foi feito em meio a denúncias de corrupção e desvio de recursos públicos na companhia, investigadas pela Operação Lava Jato da PF (Polícia Federal).

Entre as medidas que serão tomadas está a criação da diretoria de governança corporativa e compliance — termo do original em inglês que significa agir para cumprir leis e regras.

De acordo com a presidente da Petrobras, que participou hoje de teleconferência com analistas do mercado, a proposta foi apresentada ao conselho de administração na reunião da última sexta-feira (14) e teve apoio unânime.

A executiva também elencou 66 ações de gestão realizadas recentemente e encaminhadas aos auditores externos da PricewaterhouseCoopers e aos escritórios de advocacia contratados para realizar investigações independentes sobre as denúncias da Lava Jato.

— Queremos mais do que o reconhecimento técnico que conquistamos ao longo de décadas, queremos respeito à governança da nossa companhia, que é a Petrobras.

Com o sinal verde do conselho, a diretoria executiva se reuniu hoje cedo para tratar da concepção da proposta. O objetivo é acabar com os riscos de má governança e assegurar o cumprimento de leis e regulamentos internos e externos, disse Graça Foster em teleconferência a investidores.

— Estamos imbuídos da certeza de que precisamos ter reconhecimento da nossa capacidade de governar.

Graça Foster, como é conhecida, afirmou ainda que a estatal não está pronta para apresentar os balanços contábeis do terceiro trimestre de 2014 e que precisará de mais tempo para divulgar o resultado financeiro. Os dados sobre o balanço contábil deveriam ter sido divulgados na última sexta-feira (14), mas o anúncio foi suspenso porque a auditoria responsável pelas contas da companhia, a PricewaterhouseCoopers, se recusou a assinar o balanço.

Esse tempo será usado no ajuste das demonstrações contábeis, explicou a executiva, já que as delações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef "revelaram uma série de informações que podem impactar os dados financeiros".

— Em face das eventuais denúncias e investigações da Operação Lava Jato, a companhia não está pronta para divulgar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, pois essas denúncias, se verdadeiras, podem impactar potencialmente tais demonstrações.

Costa e Youssef fizeram uma série de denúncias de casos de corrupção na Petrobras em audiência na Justiça do Paraná, no dia 8 de outubro. Além de citar a necessidade de ter mais tempo para os ajustes contábeis, Graça ressaltou que a empresa precisará dar continuidade à investigação dos dois escritórios de advocacia independentes.

A Petrobras apresentou hoje os resultados operacionais do terceiro semestre, com 6,5% de crescimento da produção em relação ao segundo trimestre, e 12,1% na comparação com o terceiro trimestre de 2013. Em outubro, a média de produção de barris de petróleo por dia chegou a 2.126 e atingiu o pico da série histórica.

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, acrescentou que a companhia pretende mostrar o balanço contábil “tão logo seja possível”, mas não antecipou a data. Por outro lado, anunciou para 12 de dezembro as demonstrações contábeis não revisadas. Os financiadores da companhia exigem os dados até 90 dias após o fim do trimestre.

Auditores externos e escritórios contratados fazem a revisão das contas da Petrobras. Na avaliação de Barbassa, se confirmadas as denúncias da Lava Jato, a companhia terá que avaliar “se houve cobrança além do preço adequado, justo, por qualquer bem ou serviço”, em função de pagamento de propina, por exemplo, a diretores e políticos.

 

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