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Nacional Quinta-feira, 15 de Setembro de 2016, 00:00 - A | A

15 de Setembro de 2016, 00h:00 - A | A

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Lava Jato denuncia formalmente Lula, Marisa, Léo Pinheiro e Okamotto



ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - A Operação Lava Jato denunciou formalmente nesta quarta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-primeira dama Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, dois funcionários da empreiteira e outros dois investigados. Todos foram denunciados no caso tríplex no Guarujá (SP).

De acordo com a Lava Jato, Lula recebeu "benesses" da empreiteira OAS - uma daslíderes do cartel que pagava propinas na Petrobras - em obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris. O prédio foi construído pela Bancoop (cooperativa habitacional do sindicato dos bancários), que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto - preso desde abril de 2015. O imóvel foi adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira.

No último mês, a Polícia Federal indiciou Lula, a ex-primeira dama Marisa Letícia, o ex-presidente da OAS e um engenheiro da empreiteira que participou da reforma do imóvel.

No indiciamento, o delegado Márcio Adriano Anselmo, afirmou que "(Lula) recebeu vantagem indevida por parte de José Aldemário Pinheiro e Paulo Gordilho, presidente e engenheiro da OAS, consistente na realização de reformas no apartamento 174". O imóvel recebeu obras avaliadas em R$ 777 mil, móveis no total de R$ 320 mil e eletrodomésticos no valor de R$ 19 mil - totalizando R$ 1,1 milhão.

Crime do Lula para a Lava Jato é ter sido presidente

AGÊNCIA BRASIL

São Paulo - Os advogados que defendem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, repudiaram a denúncia feita nesta quarta-feira por procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato.

Em nota, os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira reafirmam que Lula e Marisa não são proprietários de um apartamento triplex situado em Guarujá, no litoral paulista. Segundo a defesa de Lula, o imóvel pertence à OAS

Os procuradores sustentam que Lula recebeu vantagens indevidas das empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras, entre as quais o triplex em Guarujá, que, segundo a denúncia, teve reforma e decoração pagas pela OAS. Conforme o Ministério Público Federal (MPF) , a OAS fez também contratos milionários para armazenamento de bens pessoais do ex-presidente, e essas vantagens, somadas, totalizariam mais de R$ 3,7 milhões.

“Para sustentar o impossível – a propriedade do apartamento 164-A, Edifício Solaris, em Guarujá – a força-tarefa da Lava Jato valeu-se de truque de ilusionismo, promovendo um reprovável espetáculo judicial-midiático. O fato real inquestionável é que Lula e dona Marisa não são proprietários do referido imóvel, que pertence à OAS”, afirma a nota dos advogados.

Os defensores do ex-presidente ressaltam que a denúncia dos procuradores é “baseada em peça jurídica de inconsistência cristalina” e afirmam que o MPF em Curitiba “elegeu Lula como 'maestro de uma organização criminosa', mas esqueceu-se do principal: a apresentação de provas dos crimes imputados”.

No entendimento dos advogados, a denúncia “ataca o Estado Democrático de Direito e a inteligência dos cidadãos brasileiros”, principalmente porque “não foi apresentado um único ato praticado por Lula, muito menos uma prova”.

Eles dizem ainda que, desde o ínicio da Operação Lava Jato, a vida de Lula sofreu uma devassa, mas nada foi encontrado. “Foi necessário, então, apelar para um discurso farsesco. Construíram uma tese baseada em responsabilidade objetiva, incompatível com o direito penal. O crime do Lula, para a Lava Jato, é ter sido presidente da República”, afirmam os advogados.

Além de Lula e sua mulher, Marisa Letícia, a denúncia inclui o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e quatro pessoas relacionadas à empreiteira Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira.

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