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Opinião Quarta-feira, 05 de Junho de 2024, 08:44 - A | A

05 de Junho de 2024, 08h:44 - A | A

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Para onde estamos indo?

Poderá a emissão de CO2 e a devastação das florestas tornarem a terra inóspita e impossível de ser habitada pela espécie humana?



José Vieira do Nascimento

Certa vez, há tempo, li um artigo de um cientista afirmando que, há cerca de 300 anos, o Planeta Terra iniciou um ciclo que levaria a um processo gradativo de extinção da espécie humana. Defendendo que chegaria uma época, devido as ações antrópicas do homem, que se tornaria impossível a sobrevivência no planeta.
Desde que a atual era geológica da terra (o holoceno) iniciou há cerca de 12 mil anos, com o aparecimento do homem Sapiens, a humanidade já passou por holocaustos, eventos climáticos, guerras e muitos povos, no decorrer dos séculos, foram vítimas de genocidas, que provocaram a morte de milhões de pessoas.
Sem deixar de considerar a resiliência do homem para sua sobrevivência, mas considerando atualmente o denso volume de CO2 (gás carbônico) emitido globalmente, o volume de lixo produzido e descartado na natureza, uso de agrotóxicos e o desmatamento das florestas, deduzo que este cara tinha propriedade em sua tese. O que antes pareciam divagações insanas, no cenário atual não parecem tão absurdas assim.
Hoje, o perigo é real e imediato! Ah, mas o que poderia ser tão catastrófico capaz de causar um desiquilíbrio ecológico e pôr em risco as diversidades de espécimes de organismo vivos, genes, biomas florestais, água e ar, tornando o Planeta tão inóspito a ponto de não ser possível a sobrevivência humana?
Para tudo isto há explicações ambíguas num contexto múltiplo e complexo, mas que se coadunam com a degradação ambiental provocada pelo desmatamento e a poluição no planeta.

O que antes pareciam divagações insanas, no cenário atual não parecem tão absurdas assim


Portanto, na Era atual, conforme entendimento de estudiosos de diferentes segmentos, o planeta está sob iminentes ameaças provenientes da possibilidade de guerras mundiais [há nações que investem em armas de destruição em massa], o extremismo ideológico, a devastação do Meio Ambiente e a Desinformação potencializada pelo aprimoramento da tecnologia digital.

No processo latente, segundo os pesquisadores e climatologistas, há o desiquilíbrio provocado pela devastação e poluição, que aquece o planeta, a temperatura das águas dos mares e oceanos, que são causadores das alterações que causam os fenômenos climáticos.
Entretanto, diante deste caos que vivenciamos hoje, temos uma divisão entre os que acreditam e os que negam as mudanças e transformações climáticas, e que continuam defendendo o uso não sustentável dos recursos naturais.
Se for analisado o comportamento humano no contexto histórico, fica evidente que não haverá uma ressignificação da espécie. E a agenda global é predominada e definida por interesses comerciais e políticos, em detrimento dos interesses ambientais e humanitários.
No Brasil, quando vemos um Congresso que mesmo diante do maior evento catastrófico climático da história [como acontece no Rio Grande do Sul], continuam pautando Projetos de Leis contra a natureza, fica evidente que o Meio Ambiente continuará sendo fortemente atacado e a legislatição vilipendiada.
Conforme o Observatório do Clima (OC) há pelo menos 25 projetos de leis que afetam diretamente o Meio Ambiente, desregulamenta a legislação ambiental, alterando o Código Florestal Brasileiro, tramitando no Congresso Nacional.
Dentre estes, há o PL que flexibiliza normas e dispensa diversas atividades da necessidade de licenciamento ambiental, PL da Grilagem e, pasma-se, o que propõem a privatização das praias.
Este projeto chega a ser asqueroso. Não é apenas contra o Meio Ambiente. É contra a população. Abre-se precedentes para a privatização desses espaços e cerceia o acesso das pessoas às praias, principalmente quem não tem dinheiro para pagar. É contra também os trabalhadores do setor Turismo, que seriam impactados com a privatização.
Um brasileiro que viveu no século 19, um político importante de sua época, chamado José Bonifácio de Andrada e Silva [aquele mesmo que conhecemos nas aulas de história, que contribuiu na independência do Brasil de Portugal, defendia o fim do tráfico de escravos e a Abolição], disse em 1822, que “É preciso proteção às florestas e tratamento respeitoso aos índios”.
Um século depois, na década de ‘30’ o ativista ambiental britânico, Archibaldo Belaney, que teve sua vida retratada no filme “o Guerreiro da Paz”, de 1999, cujo personagem foi interpretado pelo ator Pierce Brosnan, disse:
“Parem de derrubar as florestas! Elas são essenciais para nossa sobrevivência. O dinheiro que vão ter não compensa o preço que terão que pagar!”.

José Vieira do Nascimento é Jornalista, pós graduado em Comunicação e editor de Mato Grosso do Norte. Email:[email protected]

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DIRCEU BLANSKI 08/06/2024

É José, o homem até que sabe onde vai dar com a destruição. O fato é que alguns NÃO ESTÃO NEM AI, pois acham que o problema não é deles, e os que vierem depois de nós, que se virem.

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VALTER FIGUEIRA 06/06/2024

Excelente texto! Poucas são as pessoas (políticos) que tem se preocupado com o meio ambiente. A maioria defende a produção acima de tudo. Temos que conscientizar nossos jovens para que tenhamos perspectiva de futuro.

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2 comentários

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