O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) desencadeou na manhã desta segunda-feira (19) a Operação Bereré, que cumpre mandados de busca e apreensão em Cuiabá, Brasília e Sorriso.
Lá, cumprem mandados de busca e apreensão no gabinete de parlamentares. As ordens foram expedidas pelo Tribunal de Justiça. A ação é conduzida pelo Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), que tem competência para investigar pessoas com foro privilegiado. A Delegacia Fazendária também participa da operação, tendo o apoio da Polícia Militar.
Mandados são cumpridos em Cuiabá, Sorriso e Brasília (DF). Além de Savi e Botelho, um ex-deputado federal, servidores públicos, empresas e particulares são alvos da ação. A operação tem por objetivo desmantelar uma organização criminosa, que atuava junto ao Detran para desviar recursos públicos. A investigação começou na Defaz e depois teve a ajuda do Ministério Público.
s mandados estão sendo cumpridos nas residências de Botelho e Savi e também na presidência do Legislativo.
A operação é desdobramento da delação premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), Teodoro Moreira Lopes, o "Dóia".
Ele revelou esquemas de corrupção na autarquia, iniciados em 2009, e que renderia, ao menos, R$ 1 milhão por mês.As empresas FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação Ltda. (que agora usa o nome de EIG Mercados Ltda.), e a Santos Treinamento Ltda. teriam sido usadas para lavar dinheiro no esquema.
A EIG Mercados venceu uma licitação, em 2009, para prestar serviços de registro de financiamentos de contratos de veículos, por um período de vinte anos.
Até julho de 2015, a empresa ficava com 90% da arrecadação anual - estimada em R$ 25 milhões - e o órgão com 10%.Em julho de 2015, já na gestão Pedro Taques (PSDB), o Detran-MT fez um termo aditivo ao contrato, passando a receber 50% da arrecadação.
ários policiais, sob o comando dos delegados Marcelo Torachs e Vitor Hugo Bruzulato, estão no local cumprindo ordens de busca e apreensões. Ainda não está confirmado se existe algum tipo de mandado de prisão contra o deputado.
Informações extra-oficiais dão conta que o motivo da operação seriam desvios feitos no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), que foram delatados pelo ex-presidente da autarquia, Teodoro Lopes, o Doia.
Nos depoimentos, Dóia teria admitido um esquema de recebimento de propina da empresa FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda., responsável pelo registro de financiamentos de contratos de veículos, necessário para o primeiro emplacamento.
Com base em uma portaria do Detran-MT, de 2009, a empresa cobrava uma taxa que variava entre R$ 170,00 a R$ 400,00. A FDL ficava com 90% do valor arrecadado, repassando apenas 10% aos cofres da autarquia.
O suposto esquema renderia algo em torno de R$ 1 milhão mensais. O dinheiro era sacado em uma agência do Banco do Brasil, no Distrito Industrial, em Cuiabá.