G1 MT
Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) afirmou que a construtora Mendes Júnior pagou 3% de propina para o esquema de corrupção que vigorou durante a gestão dele.
O acordo, segundo o ex-governador, foi firmado sob intermédio pelo ex-presidente da extinta Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), Éder Moraes.
A afirmação foi feita por Silval em delação premiada já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Um dos políticos apontados pelo ex-governador como um dos beneficiados com o recebimento de propina da Mendes Júnior é o deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB). Inclusive, a empresa Canal Livre Comércio e Serviços, contratada para executar obra de iluminação no estádio, pagava propina para o deputado estadual, segundo o ex-governador.
Assim como Eder Morais, o deputado negou ter recebido propina. A empresa Canal Livre disse que não irá comentar a delação.
Silval disse ter recebido parte do dinheiro pago ao parlamentar, com o qual havia se comprometido a priorizar os pagamentos a essa empresa. O peemedebista afirmou ter rece
O deputado também teria custeado a reforma de uma pousada, que tinha vendido ao ex-governador, resultante da negociação. Romoaldo afirmou que realmente fez a reforma na pousada vendida ao ex-governador em 2003, mas que a obra não tem ligação com o dinheiro desviado.
O pagamento da propina foi acordado de acordo com cada medição e por meio da contratação de uma construtora, que foi um dos alvos da Operação Descarrilho, deflagrada pela Polícia Federal no dia 9 deste mês.
A Mendes Júnior venceu a licitação para a construção da Arena Pantanal em março de 2010. Inicialmente orçada em R$ 342 milhões. No mês seguinte, foi assinado o contrato entre o governo e a empresa. Foram assinados vários termos aditivos de contrato e, por fim, foram gastos mais de R$ 500 milhões e até agora a obra não foi entregue oficialmente.