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Política Sexta-feira, 25 de Agosto de 2017, 00:00 - A | A

25 de Agosto de 2017, 00h:00 - A | A

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Deputados pegaram R$ 600 mil cada para manter obras do MT Integrado e da Copa



O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) em delação “monstruosa” afirma que deputados estaduais receberam R$ 600 mil, cada um, em propina para manter o andamento das obras do programa MT Integrado, bem como da Copa de 2014. Entretanto, o peemedebista não especifica nomes nem se todos os 24 parlamentares obtiveram o benefício ilegal. As informações foram reveladas pelo MTTV 1ª edição, da TVCA, afiliada da Rede Globo, nesta quinta (24).

Segundo a reportagem, a Assembleia pressionou para que os repasses de propina não atrasassem. Os deputados teriam procurado o então governador para cobrar propina a fim de que não criassem obstáculos durante o andamento das obras da Copa.

Na ocasião, ficou decidido que os parlamentares receberiam de 3% a 4% dos R$ 400 milhões para as obras do MT Integrado. O dinheiro era entregue por Silvio Corrêa, então braço-direito e ex-chefe de Gabinete de Silval. Cerca de oito a 10 deputados foram gravados recebendo a quantia de R$ 600 mil.

O MT Integrado foi considerado pelo ex-governador como maior programa de infraestrutura do Estado, destinado à pavimentação de mais de 2 mil km de estradas.

A maior parte investida dos recursos para o programa lançado em 2013, teria sido desviada para vantagem indevida, ou seja, propina.

Outros citados 

Silval afirmou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que a fiscalização e liberação de recursos foram fraudadas. À época, o MT Integrado era gerido pela antiga secretaria estadual de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), sob chefia do secretário era Cinésio Nunes, indicado pelo então deputado federal Wellington Fagundes (PP), hoje senador. 

A reportagem ainda cita que o peemedebista revela ter acordado propina de R$ 53 milhões com os conselheiros do Tribunal de Contas (TCE) para garantir andamento de obras MT Integrado, com investimentos de mais de R$ 1 bilhão destinados à pavimentação de estradas no Estado.

O ex-governador também citou o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro e o deputado estadual Romoaldo Júnior, ambos do PMDB. Romoaldo é acusado por Silval de participar de esquema de propina nas obras da Arena Pantanal. Ele é ex-presidente da Assembleia e ex-líder da gestão do peemedebista.

O deputado teria sido beneficiado com propina da empresa responsável pela iluminação do estádio, a Canal Livre Comércio e Serviços. Entre R$ 200 mil a R$ 300 mil foram repassados de Romoaldo para o então chefe do Executivo. Não foi informado, entretanto, quanto Romoaldo teria "levado".

Em relação a Emanuel Pinheiro, ao jornal Folha de S. Paulo trouxe reportagem de trecho da delação de Silval, na qual o prefeito teria sido flagrado, em um vídeo, recebendo dinheiro fruto de vantagens ilícitas, o chamado "mensalinho" pago a deputados estaduais para garantir apoio político. Durante a gestão de Silval, Emanuel, à época filiado no PR, era um dos que mais atuavam em defesa da administração do peemedebista.

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