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Política Sexta-feira, 02 de Dezembro de 2016, 00:00 - A | A

02 de Dezembro de 2016, 00h:00 - A | A

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José Riva diz que Arcanjo era violento ao cobrar deputados



O ex-presidente da Assembleia, José Riva, disse que era ameaçado por João Arcanjo Ribeiro, dono da Confiança Factoring, por conta da dívida que o Legislativo tinha com o ex-bicheiro.
 A afirmação foi feita durante audiência realizada nesta quarta-feira, na qual Riva confessou, em 15 processos oriundos da Operação Arca de Noé, a participação em esquemas de desvio de dinheiro público do Parlamento. Da dívida de R$ 25 milhões, 65% era com Arcanjo e o restante era com outros credores e agiotas, segundo Riva.
À juíza titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, o ex-deputado contou que Arcanjo fazia “escândalo na Assembleia e ameaçava pessoas” por conta da dívida. Neste sentido, revelou que se sentiu aliviado com a prisão do ex-bicheiro. 
“A prisão do Arcanjo foi um alívio, pelo menos nos livramos daquela situação que não tinha remédio”, disse.
 Riva observou ainda que “ninguém tinha coragem de enfrentar o Arcanjo” e disse que quando ele aceitou o jogo não conseguiu sair mais.João Arcanjo foi preso em 2003 no Uruguai, acusado de ser o chefe do crime organizado em Mato Grosso. 
O ex-deputado contou que o então governador Dante de Oliveira (falecido) autorizou uma suplementação orçamentária para a Assembleia conseguir quitar a dívida com as factorings. “O governador Dante autorizou uma suplementação de R$ 22 milhões, fora do orçamento, para pagar o Arcanjo. Se não pagasse ele (Arcanjo) nos ameaçava, eu mesmo fui ameaçado várias vezes”, reiterou.Por conta disso, foram emitidas 22 promissórias de R$ 700 mil para Arcanjo. “Só que essas promissórias nunca foram devolvidas. Arcanjo alegava que haviam sido extraviadas”, comentou. Ainda de acordo com José Riva, Dante sabia que o dinheiro seria usado para pagar a conta com o ex-bicheiro.
Durante seu interrogatório, Riva se disse arrependido pelos erros e tentou minimizar seus atos dizendo que também perdeu muito dinheiro no esquema, a despeito dos benefícios que obteve. “Eu me arrependo muito porque perdi saúde, dinheiro. A senhora pode ter certeza que se não tivesse sido deputado seria um dos homens mais ricos do nortão de Mato Grosso”, afirmou à juíza.
Em seguida, confessou sua participação nos esquemas. “Eu confesso que eu participei de tudo. Não fui forçado, pelo contrário, aceitei participar desse ilícito, desde aceitar aquela conta. Eu tinha alternativa e optei por assumir e a partir dali participei de tudo. Teve coisa que foi mais, coisa que foi menos, mas participei”, admitiu.
Questionado pelo promotor de Justiça, Sérgio Costa, se os deputados Emanuel Pinheiro, José Carlos, Benedito Pinto, Nico Baracat (já falecido) também foram beneficiados no esquema, Riva confirmou. “Todos os deputados que pegaram cheques derivados dessas empresas foi uma vantagem pessoal indevida independentemente de quem seja”, respondeu ao promotor.Conforme Riva, Emanuel teria se beneficiado com os repasses feitos para a empresa Marinez Pacheco.

 

 

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