José Vieira
Mato Grosso do Norte
O vice-prefeito de Sinop e candidato a deputado federal, Dalton Martini (PTB) cumpriu agenda de campanha em Alta Floresta, na terça e quarta-feira, e concedeu entrevista ao jornal Mato Grosso do Norte, sobre as propostas de trabalho que está apresentando ao eleitorado em busca de votos para se eleger para a Câmara Federal.
O candidato se autodefine com bolsonarista, pró -armas, contra a ideologia de gênero e contra o cerceamento à liberdade de religião. “Sou a favor das armas porque não é justo o cidadão não ter uma arma para defender sua residência, seu sítio, sua fazenda, enquanto os bandidos estão armados”, comenta.
Em Sinop há vários candidatos a deputado federal. No entanto, ele avalia que o potencial de eleitores do município é um dos maiores do Estado, com um colégio eleitoral de 106 mil votos. Além disso, friza que há também toda a região norte para trabalhar em busca do eleitorado.
“Sinop tem condições de eleger dois deputados federais. Mas temos que correr nos municípios vizinhos, buscando estes votos, mostrando a nossa identidade com a região e com o povo de Mato Grosso. Temos que levar propostas para estas cidades e depois corresponder com trabalho”, disse.
O PTB tem 9 candidatos para a Câmara dos Deputados e Dalton acredita que o partido elegerá uma cadeira de deputado federal. “Estou trabalhando e buscando a primeira vaga no partido. Estamos aparecendo bem nas pesquisas, vamos acelerar ainda mais na reta final da campanha e teremos êxito na eleição. O PTB faz um e acredito que será eu”, avalia.
Segundo ele, o PTB tem condições de eleger 2 deputados estaduais, além de ter um candidato ao senado, o Antônio Galvan, único do Estado de extrema Direita.
“Temos chapa completa. Nosso candidato a governador, o Marcos Ritela, está ultrapassando a mulher do prefeito de Cuiabá. É de nosso conhecimento e temos pesquisa que não foram divulgadas, que mostram. Temos uma grande chance de ir para o segundo turno com Mauro Mendes”, acentua.
Trajetória - Dalton é morador de Sinop desde 1979. Foi vereador por 4 mandados, 3 vezes presidente da Câmara Municipal de Sinop e agora é vice-prefeito. Observa que, apesar de sua longa trajetória política, não tem carimbos ‘nas costas’ por corrupção ou por envolvimento em qualquer ilícito.
“Quero retribuir o que o Estado meu deu! Mato Grosso foi muito bom para mim e minha família e temos que retribuir o que ganhamos com trabalho. Portanto, quero ser deputado federal para trabalhar por Mato Grosso. O Estado tem vários gargalhos que precisam ser resolvidos”, diz.
Conforme Dalton, um dos maiores entraves de Mato Grosso é a questão fundiária, como falta de titulação de áreas que permanecem irregulares, com muitas famílias esperando a documentação há muitos anos. Para ele, a regularização fundiária é uma questão que tem que ser enfrentada e resolvida com brevidade.
Mato Grosso foi muito bom para mim e minha família e temos que retribuir o que ganhamos com trabalho. Portanto, quero ser deputado federal para trabalhar por Mato Grosso. O Estado tem vários gargalhos que precisam ser resolvidos
“O Incra está totalmente sucateado, sem condições de documentar estas áreas e fazer estes assentamentos. São áreas que não foram quitadas pelo Incra, mas que as pessoas foram assentadas pelo próprio órgão. Elas não têm culpa de não ter sido feito corretamente o assentamento. E temos que trabalhar para que estas pessoas tenham o título de sua terra”, pontua.
As áreas devolutas, de acordo com o candidato, que foram ocupadas, formaram fazendas e que continuam sem a escritura, é outro problema agrário que precisa ser resolvido, com a entrega da escritura e a regularização definitiva, para as pessoas que estão nestas áreas, ter tranquilidade para trabalhar e produzir.
Saúde e Educação - Para ele, apesar de Mato Grosso ser um Estado rico, o povo é pobre, porque os serviços públicos essenciais, inerentes ao atendimento à população, principalmente nas áreas de saúde e Educação, não funcionam.
“O povo não é pobre de dinheiro. É pobre nas áreas de saúde e Educação. A Educação de Mato Grosso hoje é a vigésima terceira do país. Só tem 4 estados que tem Educação mais ruim que Mato Grosso”, assevera.
“Na saúde temos que levar pessoas das cidades da região para fazer tratamento de câncer em Cuiabá. E isto é absurdo num estado que tem tanto dinheiro, não se fazer um hospital para o tratamento de câncer. Estamos fazendo um hospital em Sinop, que é de Barretos e quem está fazendo é a população de Alta Floresta, de Carlinda, Peixoto, Sinop e demais cidades, se juntando para fazer o hospital para termos atendimento mais próximo. Por parte do governo, nada se faz”, enfatiza.
Garimpos - O setor de mineração, especificamente os garimpos, é outro forte gargalo da região norte. “No setor de garimpos, temos as grandes empresas trabalhando em detrimento dos pequenos garimpeiros, que não conseguem suas licenças dado as dificuldades impostas pelos órgãos ambientais. Temos que fazer um trabalho em cima disto para simplificar para os pequenos a legislação ambiental, para que o pequeno possa trabalhar no garimpo de forma legal e dar sustento a sua família”, aponta Dalton.
Logística - Para Dalton, há vários projetos de asfaltamento em rodovias da região. Ele cita a construção da ponte no Teles Pires, ligando a BR-163 a MT- 010. Entretanto, observa que estas obras precisam de acompanhamento para que sejam realmente concluídas.
“Esta saída pela BR-163 encurta a distância para Guarantã e temos que trabalhar nesta questão de logística. Mas temos que nos atentar também que, quando chega o agronegócio, tem que ter indústrias e temos que trabalhar para trazer indústrias para Alta Floresta, para a população ter mais empregos e mais renda do que tem hoje”.
Meio Ambiente - “O Brasil é o país que mais preserva suas áreas, que mais cuida do Meio Ambiente. Mato Grosso é preservado na sua essência. A questão do Meio Ambiente é não deixar a ilegalidade tomar conta, não ter desmatamento ilegal. Garimpo ilegal. Portanto, temos que facilitar a legislação para que essas pessoas possam trabalhar dentro da legalidade. Não tem porque alterar a legislação vigente que é bem definida. Apenas resolver os gargalos”, analisa.
Foto/ Mato Grosso do Norte