Reportagem
Mato Grosso do Norte
As 7 prisões feitas na terça-feira, 14, no âmbito da operação Círculo de Fogo, põe fim as diversas dúvidas que pairavam sobre os moradores do município de Nova Bandeirantes, com relação ao incêndio na prefeitura, ocorrido no dia 2 de outubro de 2017. No entanto, também confirmam suspeitas envolvendo as pessoas que tem participação no crime, bem como o objetivo de tentar incriminar o prefeito Valdir Rio Branco.
Foram presas, as advogadas Dra.Claudineia de Oliveira e Dra.Narjara Braz, o contador Fábio Rocha, a Controladora Kelly Boska, e os demais envolvidos: o vigia Aparecido Fernandes da Silva, Juliano Thibes e Cleberson Marciano.
Foi necessário mais de um ano de investigação para o crime ser esclarecido. O delegado Flávio Henrique Stringueta, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e contra a administração pública, que conduz as investigações, junto com o delegado Vinicius Nazário, afirma que foram identificadas todas as pessoas envolvidas e as prisões temporárias são o desfecho das investigações.
Foram levantados todos os fatos e apurado a autoria, tanto de quem contratou as pessoas para praticar o incêndio, como quem foram as que, efetivamente, atuaram no incêndio.
Conforme ele, as autoras foram Kelly Boska e as doutoras Narjara e Claudineia, que contrataram Juliano Thibes, que, por sua vez, recontratou outras pessoas, para a prática do incêndio. A ideia do grupo, conforme o delegado, era incriminar o prefeito Valdir Rio Branco.
A investigação, conforme ele, não foi fácil, porque o grupo criou muitas mentiras para desviar o foco e tentar direcionar a culpa ao prefeito.
Porém, Flávio Stringueta disse que não há dúvida da participação das advogadas no crime. Segundo ele, com o incêndio, as duas tentaram manter ocultas, provas de fraudes em licitações na prefeitura de Nova Bandeirantes.
O delegado esclarece que as pessoas que foram presas tinha a intenção de induzir na investigação, para que o prefeito parecesse o culpado pelo incêndio, fosse deposto do cargo, para que elas continuassem com benefícios na administração.
“A Dra. Narjara junto com a ex-controladora Kelly, contrataram o Juliano Thibes para colocar o fogo na prefeitura. E a Dra. Claudinéia participou do incêndio. E após isso, tramou para que o crime fosse imputado ao prefeito, e não as pessoas que realmente o cometeu", disse.
Com base nas provas colhidas ao longo da investigação, Flávio Stringueta descarta a participação do prefeito Valdir Rio Branco no incêndio. “O prefeito estava sendo investigado à época pela Delegacia Fazendária, e na visão destas pessoas, a culpa seria atribuída à ele para distribuir provas, assim como seu afastamento do cargo", analisa.
As duas advogadas e o contador estão presos em Cuiabá. Outras três pessoas estão presas em Nova Bandeirantes e um dos envolvidos, está preso no presido Ferrugem em Sinop. O advogado da Dra. Claudinéia, entrou com pedido de prisão domiciliar, mas a justiça negou.
Os principais acusados pelo incêndio na prefeitura de Nova Bandeirantes, tinham ou já tiveram vínculos empregatício com a prefeitura. A advogada Narjara e a controladora Kelly, eram efetivas, mas haviam sido exoneradas pelo atual prefeito. Narjara conseguiu voltar ao cargo por liminar.
O contador Fábio também foi exonerado, voltou ao cargo por liminar, mas a liminar foi cassada e ele estava fora da prefeitura.
O guarda Aparecido Fernandes da Silva, que estava de serviço na noite do incêndio, é concursado, mas seu futuro é incerto com a comprovação de sua participação no crime. Dra. Claudineia foi a jurídica na gestão anterior.