Assessoria
No dia 8 de dezembro tomaram posse a Diretoria Executiva e o Conselho Administrativo da Associação Mato-Grossense de Magistrados (AMAM) para o biênio 2023/2024. Será a primeira vez, em 54 anos de fundação, que a entidade terá na presidência uma magistrada. Será a juíza Maria Rosi de Meira Borba, que possui 24 anos de magistratura e já havia ocupado a vice-presidência nas duas gestões anteriores.
Para Maria Rosi trata-se de um momento ímpar tanto pessoal como associativamente. “A presidência da AMAM para mim é o ápice da carreira com o qual eu não tinha sonhado, não estava nos meus planos. Já fiz 61 anos. Então a ideia era ficar mais um, dois anos na magistratura e me aposentar, passando então a me dedicar ao trabalho social, que eu gosto muito”, revela.
Ela conta que, já no final da segunda gestão, se deu conta de que já participava da administração da entidade havia quatro anos. E reparou, olhando o quadro de ex-presidentes, que não havia mulheres. “Nós já estamos na segunda presidente do TJMT e vamos para uma terceira presidente. É muito significativo! Então pensei: ‘temos que romper essa regra”. A oportunidade veio quando o atual presidente, juiz Tiago Abreu, deixou aberta a possibilidade de candidatura de qualquer dos membros da diretoria ou da executiva.
“Falei para ele: ‘eu quero ser candidata’. O Tiago achou, até para meu espanto, que era uma candidatura natural. Eu tinha sido vice dele duas vezes, sou juíza da Capital, quase 25 como magistrada e seria a primeira mulher. Conseguimos montar uma chapa única e foi uma experiência muito interessante. E o que me surpreendeu muito positivamente foi a facilidade dos colegas em aceitar meu nome, com carinho, com amor, com respeito”, relembra.
Propostas
A juíza Maria Rosi tem como primeira e grande proposta para a gestão 2023/2024 continuar fazendo o mesmo trabalho que vem sendo realizado nos últimos quatro anos. “Esse é o grande desafio, manter a AMAM nos trilhos que o Tiago conseguiu colocar. Hoje a Amam é financeira independente, tem condição de se manter e de bancar todos os pedidos que os colegas podem vir fazer dentro, dentro do que é tarefa da associação: defender muito claramente as nossas garantias”, ressalta.
Outra proposta, que ela não entende como uma modificação, mas uma complementação, é trazer para a AMAM um traço do feminino. “Nós só tivemos homens na administração, agora vai ter uma mulher. É natural que essa feminilidade, esse acolhimento, ele apareça. Eu quero que isso ocorra. Claro que quero estar lá falando sobre os nossos direitos, mas também quero que o colega, quando chegar na AMAM, se sinta acolhido, possa trazer a sua dificuldade”, pontua.
Segundo ela, é um sonho ver os colegas agregarem na Associação, que é um espaço de todos. “Como vamos fazer isso? É uma busca que tenho feito. Vamos criar formas de que os colegas se sintam bem e tranquilos vindo aqui no dia a dia. Nós precisamos qualificar o que nos une. E afastar o que nos divide. A AMAM pode ser esse local. Aqui vamos buscar isso, as nossas pautas enquanto associação e a nossa convivência. As outras questões acho que tem que ficar fora desse conjunto”, define. A presidente eleita tem algumas ideias que quer implementar e pretende ir dosando isso e vendo como os magistrados reage. “É apenas uma complementação do lindo trabalho que o Tiago fez. E eu só posso fazer isso porque ele está deixando a associação muito tranquila”, frisa.
Maria Rosi ressalta que também atuará pelo fortalecimento das ferramentas de “freio e contrapeso” na administração da AMAM. “Conquistamos o ISO 9001:2015 e vamos continuar buscando a excelência, para que, quando a administração terminar, nós tenhamos as mesmas formas de fiscalização e de cuidado com as finanças da entidade. Nós queremos, ao final da gestão, entregar a AMAM para o meu sucessor da mesma forma ou até em condições melhores do que recebi”, projeta.
Carreira
A juíza Maria Rosi nasceu em Maringá (PR), migrando ainda criança, com a família, para Araguaína (TO), que então fazia parte do território goiano. Formou-se em Direito na Universidade Federal de Goiás (UFG), na capital Goiânia, mas resolveu voltar para a cidade onde cresceu, ficando 11 anos.
Com 33 anos decidiu refazer a vida e retomar o sonho de ser magistrada. De volta a Goiânia, aperfeiçoou os conhecimentos e começou a prestar concursos, sendo aprovada para promotora em Roraima e Goiás, além do cargo de juiz em Mato Grosso. Chegou a assumir no Ministério Público goiano e trabalhar durante 9 meses, exatamente o tempo de gestação da filha.
Quando o bebê tinha apenas 28 dias Maria Rosi decidiu assumir o cargo em Mato Grosso, sendo designada para Porto dos Gaúchos, em 1998, onde também assumiu Juara e Juína. Depois de seis meses, o TJMT a designou para Alta Floresta, onde ficou por dois anos, Diamantino, mais três anos, depois para Cáceres, por dois anos. Da cidade pantaneira passou para Cuiabá.
“Sempre trabalhei em varas criminais, foi uma opção. Aqui na Capital fiquei 15 anos na 8ª Vara Criminal, que é Reclusão. Em outubro pedi a remoção para o Juizado Especial Criminal de Várzea Grande, porque vou ter mais tranquilidade para jurisdicionar e presidir a AMAM. A vara de reclusão tem muitas audiências, de segunda a sexta. Não teria a disponibilidade que eu preciso para cuidar da Associação”, finaliza.
Abaixo a composição da diretoria da AMAM para o biênio 2023/2024:
Diretoria Executiva
Presidente - Maria Rosi de Meira Borba
1º Vice-presidente - Bruno D'Oliveira Marques
2º Vice-presidente - Gilberto Giraldelli
1º Tesoureiro - Leonardo de Campos Costa e Silva Pitaluga
2º Tesoureiro - Pierro de Faria Mendes
1º Secretário - Alexandre Delicato Pampado
2º Secretário - Elmo Lamoia de Moraes
Conselho Administrativo
Titulares
Anderson Gomes Junqueira
José Arimatéia Neves Costa
Cristiane Padim da Silva
Michell Lotfi Rocha da Silva
Ana Cristina Silva Mendes
Luis Otávio Pereira Marques
Francisco Alexandre Ferreira Mendes Neto
Suplentes
Augusta Prutchansky Martins Gomes Negrão Nogueira
José Antonio Bezerra Filho
Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa
Daiene Vaz Carvalho Goulart
Lorena Amaral Malhado