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Política Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024, 08:55 - A | A

25 de Novembro de 2024, 08h:55 - A | A

Política / rede de varejo francesa

Políticos e produtores reagem com indignação a declaração de veto da Carrefour a carne brasileira

Governador afirma que irá propor veto do Brasil a produtos franceses



Reportagem
Mato Grosso do Norte

A polêmica iniciada na quarta-feira, 20, quando o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, declarou que a rede de varejo francesa não iria comercializar mais carne proveniente do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, revoltou os representantes políticos e o Agro de Mato Grosso.

A declaração de Bompard foi motivada por protestos de agricultores franceses na França. Eles alegam que a carne do Mercosul não atende aos padrões exigidos pelo mercado francês.

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União) disse que vai propor ao Congresso Nacional um boicote aos produtos franceses no Brasil. Mendes também cobrou postura “firme” do governo federal sobre o assunto.

“Eu vou propor no Congresso Nacional, criar o princípio da reciprocidade, para gente boicotar produtos franceses aqui no Brasil também, em resposta para que eles possam respeitar o nosso país e os nossos produtos, já que estamos em um mundo globalizado, onde a competição tem que ser livre”, disse o governador.

“Não é justo alguém nos tratar dessa forma e a gente não dar a eles aquilo que é muito conhecido, inclusive internacionalmente, que é a chamada lei da reciprocidade, do jeito que você me trata eu posso também te tratar. Se o Brasil não serve para vender carne pra eles, então eles não servem pra vender produtos franceses. Essa empresa não deveria ser bem vista aqui no nosso país”, acrescenta Mendes.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também emitiu uma nota de posicionamento criticando a fala do CEO da Carrefour. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), classificou a medida como uma “ação orquestrada”. Isso porque em outubro a francesa Danone também decidiu suspender a importação da soja brasileira em meio às exigências da nova lei anti desmatamento da União Europeia.

“Me parece uma ação orquestrada de companhias francesas. Não pode achar que é coincidência. Há 15 dias, foi a Danone que fez. E agora o Carrefour. Apontando de forma inverídica as condições de produção brasileiras, para ferir a soberania brasileira e afetando nossa produção, que é sustentável", disse Fávaro.

Já o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Junior, afirmou que o produtor brasileiro está sendo desrespeitado após o CEO da Carrefour, Alexandre Bompard, anunciar que a empresa não vai mais importar carne dos países do Mercosul. Atualmente, o estado é o maior produtor da proteína vermelha no Brasil.

"Por que simplesmente não param de comprar da gente, já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos, mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional", disse o presidente.

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