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Política Sexta-feira, 11 de Maio de 2018, 00:00 - A | A

11 de Maio de 2018, 00h:00 - A | A

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Savi iniciou o esquema que funcionou de 2009 a 2015



Reportagem/ Mato Grosso do Norte

Preso na 2ª fase da Operação Bereré que investiga um esquema de propina de mais de R$ 30 milhões desviados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) e apontado como um dos líderes da organização criminosa, o deputado estadual Mauro Savi (DEM) optou pelo silêncio durante interrogatório na tarde desta quinta-feira (10) na sede do Grupo de Atuação contra o Crime Organizado (Gaeco).

Delatores do esquema afirmaram que Savi foi o responsável pela indicação do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o Dóia, que também virou delator. Ele revelou detalhes do esquema de corrupção na autarquia envolvendo contratos assinados desde 2009 e que foram sendo mantidos mesmo com a troca de governo.

 Inclusive, na atual de gestão de Pedro Taques (PSDB) já que o então secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, primo do governador, era o responsável por garantir a continuidade dos contratos que envolviam pagamentos milionários de propina por intermédio de empresas fantasmas como, por exemplo, a Santos Treinamento e Capacitação de Pessoal.

Conforme delatores, foi Mauro Savi quem iniciou o esquema que consistia no pagamento de propina extraída do lucro da FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos, que atualmente se chama EIG Mercados e continua prestando serviços ao Detran.

Ao deixar o Gaeco o deputado será levado de volta para o Centro de Custódia da Capital. Na Assembleia Legislativa, por enquanto, não informação se os parlamentares vão tentar votar em plenário a manutenção ou não de sua prisão. Na decisão, o desembargador José Zuquim proibiu o Legislativo Estadual de adotar tal postura a fim de colocar Savi em liberdade.

As investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que resultaram na Operação Bônus, 2ª fase da Bereré, demonstram que o deputado Mauro Savi (DEM) teria usado seu braço-direito, o empresário Claudemir Pereira dos Santos, para ocultar o recebimento de R$ 3,9 milhões em propina.

 

A operação apura esquema de fraude, desvio e lavagem de dinheiro no âmbito do Detran-MT, na ordem de R$ 27,7 milhões, que operou de 2009 a 2015.

 

Claudemir, classificado pelo MPE como "espectro" de Savi, era um dos sócios da Santos Treinamento – parceira da EIG Mercados no contrato –, usada no esquema para a lavagem de dinheiro.

De acordo com a decisão do desembargador José Zuquim, do Tribunal de Justiça (TJMT), a atuação do político no grupo é marcado pela dissimulação, fraude de documentos e obstrução da investigação.

 Para despistar a o caminho da propina, Savi utilizada de pessoas próximas, como Claudemir Pereira dos Santos, tratado como “espectro de Mauro Savi”, pelo Ministério Público Estadual (MPE).

 De acordo com a rota traçada pelo MPE, o dinheiro de propina saia da EIG Mercados, passava pela Santos Treinamentos e chegava as mãos de Claudemir que repassava a quantia ao chefe em forma de pagamentos de despesas ou emissão de cheques a outras pessoas, que os descontava e entregava o dinheiro ao político.

 

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