José Vieira do Nascimento
Editor Mato Grosso do Norte
Em meio a pandemia do covid-19, os empresários do setor de base florestal da região norte de Mato Grosso, que já enfrentam o impacto do fechamento de alguns mercados, como a Europa, também estão tendo sérias dificuldades de logística, em função do sucateamento de trechos das rodovias MT-208 e MT-160, que são importantes vias de acesso para o escoamento de madeira.
Em nome do setor, o empresário Frank Rogieri de Souza, vice-presidente do Simenorte [Sindicato das Indústrias Madeireiras do Extremo Norte] e presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), cobra do governo estadual e prefeitos da região, a recuperação urgente de trechos das rodovias MT-208 e MT-160, que se encontram em péssimas condições de tráfego.
Vale ressaltar, que a partir de agora, começa o período de safra do setor, as empresas aumentam o volume de produção e necessitando de rodovias em perfeitas condições de trafego, para fazer o transporte desta produção.
Conforme Frank, o trecho de cerca de 52 quilômetros da rodovia MT- 160, dentro do município de Nova Monte Verde, que dá acesso à Apiacás, é um descaso total. Além de não ter manutenção na rodovia, as pontes também estão sucateadas, oferecendo risco para as carretas e caminhões que transportam a produção, não apenas de madeira, mas também de gado e de grãos.
De acordo com ele, apesar destas estradas serem estaduais, há o repasse do Fethab que o governo estadual faz para as prefeituras fazerem a manutenção. Para o empresário, é imprescindível que a prefeitura de Nova Monte Verde, faça a recuperação da rodovia MT -160 para dar condições de tráfego aos setores produtivos de grãos, madeira e pecuária.
“O trecho de 18 quilômetros dentro de Apiacás, está em ótimo estado. Já dentro de Nova Monte Verde, é lastimável”, enfatiza Frank.
E reclama que além dos prejuízos causados pela pandemia do coronavírus, há também a questão da logística como dilemas para o setor. “Vamos começar uma safra com problemas sérios de comercialização e com este problema de logística. Fica difícil para as empresas do setor!”, acentua.
Já na rodovia MT-208, entre Alta Floresta e Nova Bandeirantes, em determinados trechos não foram feitos as pontes. “Tem o asfalto, mas temos trechos que as pontes são de madeiras. Sem contar que estão sem manutenção. De 150 a 200 metros antes da ponte e a mesma metragem depois, são trechos que não tem ninguém dando manutenção e a situação é muito crítica", diz.
Entretanto, Frank observa que, neste contexto, há um agravante acrescido à parte financeira.
“Não é somente questão econômica. Há também o risco de morte com as fortes possibilidades de acidentes. Caminhões grandes não estão vindo para estas cidades. Isto encarece o frete, inviabiliza algumas empresas que estão mais longe e há risco para nossos colaboradores com estas pontes sem manutenção”, relata.
“Tem empresas transportadoras de biomassa que não estão mais buscando o produto em Apiacás, Monte Verde e Nova Bandeirantes, devido ao risco de os caminhões tombarem nas cabeceiras das pontes. Há enormes buracos que oferecem sérios riscos de tombamento”, acrescenta o empresário.
Estes trechos, segundo ele, não foram licitados e o governo não contratou ninguém para dar manutenção. "Mas o fato é que alguém precisa responder e dar manutenção nestes locais. É um problema sério e o Estado tem que olhar esta situação urgente, principalmente as pontes do rio Apiacás e Paranaíta”, cobra.
Acompanhou Frank na entrevista, o representante da empresa Bacaeri Florestal, Fernando Passos.