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Política Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2018, 00:00 - A | A

23 de Fevereiro de 2018, 00h:00 - A | A

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Silval depões sobre esquema de propina a prefeito de Cuiabá



Na terceira sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, na Câmara de Cuiabá, o ex-governador Silval Barbosa, delator premiado do Ministério Público Federal (MPF), presta depoimento sobre esquema de propina que pagava aos deputados estaduais, no qual o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) é acusado de ter sido beneficiado.

A denúncia veio à tona com o vídeo que o mostra recebendo maços de dinheiro e até deixando cair do bolso do paletó, em um encontro, no Palácio Paiaguás, com o ex-chefe de gabinete Sílvio César Corrêa Araújo, que já foi interrogado na CPI e confirmou que o dinheiro se tratava de propina. 

O dinheiro ilícito era proveniente de propina pagas por empresas que executavam obras de pavimentação de rodovias no programa Mato Grosso Integrado. Conforme Silval, parlamentares ficavam com parte do recurso em troca da falta de fiscalização.

Acompanhe os principais momentos da CPI:

9h57 - Questionado sobre quem lhe pediu propina, o ex-governador diz que quando começaram os convênios com o governo federal, começou a ser pressionado por deputados e conselheiros de contas. ele cita que os deputados Romoaldo Júnior, José Riva e Mauro Savi (então aliados) lhe contaram que chegou a haver uma reunião de líderes da Assembleia Legislativa, onde foi discutido como seria a abordagem ao governador. Essa reunião foi gravado pelo então deputado Daltinho, que chantageou a mesa diretora em troca de mantê-lo como titular no mandato, uma vez que era suplente.


9h55 - Silval Barbosa nomeia todos os deputados estaduais que receberam propina, são mais de 20, dentre eles o prefeito Emanuel Pinheiro. Destaac ainda que a lista de controle de pagamento foi entregue ao MPF por Sílvio Corrêa.


9h50 - Silval afirma que o acordo de propina foi feito diretamente entre ele e os deputados estaduais envolvidos e que foi ele quem procurou os empresários ligados às obras para pedir a propina. O repasse e recebimentos dos valores ele afirma que delegou ao então secretário-adjunto de Infraestrutura Valdísio Viriato, que recebia propina das empresas, e Sílvio Corrêa, que pagava os deputados. Silval afirma que algumas empresas atrasavam o pagamento de propina, o que consequentemente atrasava o pagamento aos deputados, que pressionavam Sílvio e fez com que este gravasse as situações das entregas.


9h45 - Adevair pergunta se Silval chegou a ser ameaçado com abertura de CPI na Assembleia Legislativa e Silval diz que havia comissões de todos os tipos naquela época e que as pressões ocorriam de todos os lados. "Mas na Assembleia Legislativa funcionava o seguinte: como eu tive uma boa relação com o governo federal, eu consegui muitos convênios com a minha relação e com o meu partido. nós tínhamos a obrigação de construir 5 obras: a Arena, a melhoria em torno da Arena, os COTs, o Fan Fest e obras de mobilidade urbana. Eram só essas 5 obras na matriz de responsabilidade...", relata o ex-governador. ele continua dizendo que aproveitou o momento para fazer outras obras e que o Tribunal de Contas atrapalhava, que ocorreram vários atrasos por parte dos órgãos vinculados às obras.

9h44 - Silval relata que chegou a oferecer aos deputados que negociassem a propina diretamente com as empresas empreiteiras, mas que eles não aceitaram. Ele afirma que entregou em sua delação uma lista de pagamentos realizados.

9h38 - O vereador Adevair Cabral (PSDB), relator da CPI, começa o interrogatório, adiantando que são 14 perguntas. A primeira é se o dinheiro que aparece na gravação feita por Sílvio Corrêa era de propina ou mensalinho. Silval começa entregando uma cópia de sua delação premiada, 9 apensos e mais de 90 anexos, dizendo que quer colaborar com o trabalho de investigação e responde que as imagens vinculadas à delação não tem a ver com mensalinho, que "era uma outra coisa que tinha dentro do governo", afimando que também pode explicar o que era, adiantando que já existia quando entrou no governo. "Mensalinho não se confunde com aquelas imagens, aquelas imagens era um acordo de extorsão que havia com os deputados estaduais quando na execução das obras do governo". 

Silval relata que no período em que começou a receber muitos repasses do governo federal para fazer obras da Copa, de pavimentação, entre outras, começou a ser alvo de uita extorsão por parte dos deputados estaduais e que cedeu, segundo ele, para não atrapalhar o andamento das obras. "Foi feito um acordo de R$600 mil para cada deputado. Começaram pedindo R$ 1 milhão". 

9h36 - O vereador Marcelo Bussiki (PSB), presidente da comissão, declara aberta a sessão e explica as regras do interrogatório. Silval já está presente, acompanhado dos advogados Délio Lins e Silva e Léo Catalá.

9h32 - A sessão da CPI do Paletó, prevista para ter início às 9h30, aguarda apenas a chegada de Silval Barbosa e seu advogado. Os vereadores já estão presentes, bem como os advogados do investigado Emanue Pinheiro e da testemunha Alan Zanatta, respectivamente, André Stumpf e Edmundo Taques. Zanatta prestou depimento na última quarta-feira (21) sobre o encontro que teve com Sílvio Corrêa, onde gravou a conversa e entregou o áudio para o amigo Emanuel.

Também é grande a presença de servidores da Prefeitura de Cuiabá, comissionados que estão na galeria, em demonstração de apoio a Emanuel Pinheiro.

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