Domingo, 13 de Outubro de 2024

Política Segunda-feira, 28 de Agosto de 2017, 00:00 - A | A

28 de Agosto de 2017, 00h:00 - A | A

Política /

Silval diz que assumiu dívida e STF autoriza investigação contra Maggi



Reportagem
Mato Grosso do Norte

O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que assumiu dívidas que ultrapassavam o valor de R$ 70 milhões, do atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), para que ele pudesse deixar o Governo do Estado para concorrer ao Senado e apoiar a candidatura de Silval a reeleição em 2010.
A informação faz parte da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, firmada com a Procuradoria Geral da República (PGR), e validada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Fux.
O ex-governador observa que esses esquemas tiveram início em 2006 quando várias construtoras tinham créditos junto ao governo estadual, por decorrências de obras de insfraestrutura, em um valor aproximado de R$ 130 milhões. À época, no entanto, os empreendimentos não tinham orçamento para quitar os débitos. O ex-governador diz que para realizar esses pagamentos, Blairo fez desvios utilizando uma instituição financeira.
Com o empresário Valdir Piran, conforme o relato de Silval Barbosa,  Maggi tinha uma dívida de cerca de R$ 40 milhões. Deste valor, R$ 15 milhões eram dívidas com as Assembleia Legislativa. Estas dívidas era uma espécie de conta corrente que Eder Morais, então secretário estadual de Fazenda, mantinha com Piran.  
Silval relatou que a empresa Andrade Gutierrez encaminhava para Piran cerca de 45% do valor que recebia do Estado, sendo que desse valor Piran descontava em torno 35% para despesas com tributos e o restante ele descontava da dívida existente.
Na delação, Silval relata que conseguiu pagar R$ 47 milhões para a Andrade Guitierrez, dos R$ 120 milhões que restavam para a Andrade Gutierrez, não  não conseguiu quitar a dívida herdada.
“Valdir Piran cobrava o juro de 4,5% ao mês, motivo pelo qual a dívida ficava impossível de ser paga. Por isso, ele teve que encontrar outra forma de pagá-la”, relata na delação. 

Investigação - O procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, pediu abertura de investigação contra 34 pessoas citados em sete casos de corrupção delatados pelo ex-governador Silval Barbosa.
 O ministro Luiz Fux, relator do processo no STF, autorizou o Ministério Público Federal (MPF) investigar o ex-governador e atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, senador licenciado Blairo Maggi (PP) e o senador Cidinho Santos (PR) por obstrução de justiça.
Em uma gravação, entregue por Silval aos procuradores, Cidinho afirma que o seu grupo político, incluindo Maggi, pode barrar a Operação Ararath, que apura crimes de corrupção, entre os anos de 2014 a 2017. 
Em outro trecho do pedido, Maggi também será investigado juntamente com Sérgio Ricardo por um suposto acordo para indicação de nomes para o TCE. Os procuradores da República veem indícios de irregularidades e crimes de corrupção passiva e ativa.
O MPF também cita o atual presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Antônio Joaquim. Na ação, ele é acusado de participar de um esquema de sonegação fiscal, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Além disso, aparecem os conselheiros José Carlos Novelli, então presidente do TCE, Waldir Teis, Sérgio Ricardo, Walter Albano e novamente Antônio Joaquim. 
Nesta segunda denúncia, eles estariam envolvidos no esquema de recebimento de propina por meio do programa “MT Integrado”, que previa investimentos de R$ 1,5 bilhão em obras de pavimentação asfáltica no Estado. 
lista - Na lista de Janot estão ainda o deputado estadual Ondanir Bortolini (PSD), o Nininho, por pagamento de propina para autorização para viabilizar a cobrança de pedágio na MT 130, que liga Primavera do Leste ao município de Poxoréu. 
Os deputados estaduais Silvano Amaral (PMDB), Oscar Bezerra (PSB), Baiano Filho (PSDB), Romoaldo Junior (PMDB), José Domingos Fraga (PSD), Gilmar Fabris (PSD) e Wagner Ramos (PSD), além do deputado federal Ezequiel Fonseca (PP).
Também são citados os ex-deputados estaduais Alexandre César (PT), Hermínio Barreto (PR), Carlos Antônio Azambuja, Airton Português, Luiz Marinho. 
Os atuais prefeitos de Cuiabá e Juara, Emanuel Pinheiro (PMDB) e Luciane Bezerra (PSB”. 

Comente esta notícia

Rua Ivandelina Rosa Nazário (H-6), 97 - Setor Industrial - Centro - Alta Floresta - 78.580-000 - MT

(66) 3521-6406

[email protected]