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Política Terça-feira, 30 de Setembro de 2025, 07:53 - A | A

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Política / encontro

Tarcísio se reúne com Bolsonaro e sai dizendo que redução de pena ‘não satisfaz’

Tarcísio afirmou, por sua vez, que a visita a Bolsonaro não envolveu negociações eleitorais e que, por mais que tenham falado sobre política



 Estadão

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visitou nesta segunda-feira, 29,o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar em Brasília, e saiu do encontro dizendo que a proposta de redução de pena aos condenados por tentativa de golpe de Estado não agrada seu grupo político.

O mais novo texto em discussão prevê redução de penas em vez de perdão, mas também encontra resistências, sobretudo após as recentes manifestações de massas convocadas pelas esquerdas contra este projeto e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem.

“Não nos satisfaz (redução de penas para condenados por golpismo)”, disse Tarcísio. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também participou da conversa e reforçou o discurso do governador: “Não satisfaz porque a gente está tratando de pessoas que estão respondendo por crimes que não cometeram. Até no Supremo sabem disso”.

Diante da disposição do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em pautar o texto de dosimetria sob relatoria do deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), o senador afirma que “algum” projeto precisa ser pautado, mas que utilizarão de instrumentos regimentais para fazer modificações no texto que se alinhem aos interesses de Bolsonaro e seus apoiadores.

“Vamos usar o processo legislativo para fazer as alterações que nós achamos que são as justas e aí a maioria do plenário decide. Isso não pode ficar a cargo de um presidente de Casa e ainda por cima sofrendo influência de presidente de outros Poderes”, disse o senador.

“Não vai ter decisão nenhuma (sobre candidatura ao Planalto) enquanto não estiver encerrado esse capítulo da anistia”, prosseguiu Flávio.

Segundo Tarcísio, os atos golpistas de 8 de janeiro foram ‘deploráveis’ e não se deve estimular este tipo de comportamento, mas que a anistia não estaria a “privilegiar uma reincidência ou impunidade”. Pela primeira vez na história da República militares de altas patentes e um ex-presidente foram condenados por uma tentativa de golpe de Estado, cuja responsabilização é colocada em xeque por setores da direita.

Pressionado em diferentes frentes a lançar a sua pré-candidatura à Presidência, o governador de São Paulo negou ter tido o encontro com Bolsonaro para obter a benção do líder da extrema-direita na disputa pelo Palácio do Planalto no ano que vem.

Ao final do encontro Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deu sinais de apoio à candidatura de Tarcísio, mas afirmou que é cedo para discutir questões eleitorais sem antes encerrar o debate sobre anistia aos condenados por envolvimento em atos golpistas.

“O recado que eu quero deixar para que não reste dúvidas é que, independentemente de como as coisas vão seguir daqui para a frente, eu, Tarcísio, nós, os partidos de centro-direita, vamos estar juntos de qualquer forma em 2026 para a gente colocar o Brasil nos trilhos”, disse Flávio.

Tarcísio afirmou, por sua vez, que a visita a Bolsonaro não envolveu negociações eleitorais e que, por mais que tenham falado sobre política, o foco foi “prestar apoio, solidariedade, estender a mão, sem nenhum tipo de interesse”. “Você (Bolsonaro) vai sempre contar comigo. No momento bom e no momento ruim a gente sempre vai estar junto”, afirmou, repetindo que será candidato ao Palácio dos Bandeirantes no ano que vem.

Tarcísio foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a comparecer na casa de Bolsonaro. Esta foi a primeira vez que o governador paulista o visitou após a condenação do ex-presidente. Em agosto, Tarcísio ele esteve na casa do aliado logo após o decreto de prisão domiciliar.

A presença na casa do seu padrinho político ocorreu em meio ao cenário de pressões em diversas frentes para definição da sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2026.

Com Bolsonaro definitivamente fora do páreo após a condenação por tentativa de golpe de Estado, Tarcísio tem sido apontado e cobrado por agentes do centrão, da direita tradicional e do mercado financeiro a se firmar com candidato presidencial.

O governador paulista, contudo, tem dito que não será candidato à Presidência e que pretende disputar a reeleição no ano que vem.

Antes de chegar à casa de Bolsonaro por volta das 13h40 desta segunda-feira, 29, militantes das organizações de esquerda Movimenta DF e Coletivo Alvorada esticaram uma faixa em frente condomínio do ex-presidente com os dizeres: “E aí Tarcísio, já desistiu da Presidência?”.

Além dos cartazes, o grupo de seis pessoas entoou gritos de “Tarcísio, apoiador de bandido. Sem anistia para Bolsonaro e golpistas”.

As pressões da direita recaem sobre Tarcísio porque ele é o candidato melhor colocado para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026, por mais que as principais pesquisas publicadas até o momento mostrem que o petista deve sair vitorioso.

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