Jornal Mato Grosso do Norte
José Vieira do Nascimento
Editor de Mato Grosso do Norte
Aos 62 anos e em campanha para o sétimo mandato na Câmara Municipal de Guarantã do Norte, a vereadora Edileuza Ribeiro é considerada um mito da política local. É uma figura meio folclórica, mas votos não é problema para ela, que sempre se elegeu entre os primeiros colocados.
Nesta eleição, acredita que será a segunda mais votada do município, obtendo de 800 a 900 votos. “O voto está no coração das pessoas e não tem como saber quantos votos vou fazer. Mas estou em primeiro lugar nas pesquisas”, diz.
Ela só não está no sétimo mandato porque em 2004 perdeu prazo de filiação ao trocar de partido e acabou não podendo ser candidata, ficando de fora da Câmara Municipal, de 2005 a 2008. Na eleição seguinte, voltou ao seu modo, com força total.
Tantos mandatos não são motivos de desgastes para a vereadora. Ela, com seu estilo descolado no trato com o eleitor, assegura que está sendo muito bem recebida nas visitas que faz em sua campanha.
“A sociedade reconhece o meu trabalho. Meu gabinete e minha casa estão sempre de portas abertas para atender o povo. Não tem hora. Estou sempre à disposição”, argumenta.
Sobre um incidente que lhe envolveu nesta campanha, quando foi conduzida junto às autoridades competentes para prestar explicações, por causa de uma suposta invasão a uma casa popular, Edileuza acusa a prefeita Sandra Martins de ter armado para ela.
O motivo seria pelo fato da vereadora ter abandonado a coligação em que seria candidata ao executivo municipal, e o marido da prefeita Sandra, seria o candidato a vice.
A vereadora não nega que deixou o pessoal da coligação falando sozinhos, mas tem a sua justificativa. “Deixei mesmo”, diz se referindo ao marido da prefeita, que é médico na rede municipal de Saúde. “Não concordei com a coligação que foi feita e decidi ser candidata à Câmara Municipal novamente”, completa.
No entanto, um comentário envolvendo seu nome que ela nega com veemência é que o deputado federal Carlos Bezerra, não foi em Guarantã nesta campanha, para pedir votos para o candidato Laurinho, que tem o candidato a vice, Aroldo Souza, do PMDB, porque a vereadora pediu.
“Não mando no Bezerra. Ele é uma autoridade. E eu jamais lhe pediria isto. Mas ele é de nosso grupo e sempre pedi votos para ele aqui em Guarantã”, rechaça.
Para quem quer saber o segredo do sucesso de sua carreira política, Edileuza diz que é trabalho e muita dedicação. Agora na campanha eleitoral, ela diz que não tem hora para ir dormir. Deita sempre depois da meia noite e acorda às 4 da manhã.
Na sua longa carreira de de seis mandatos, a parlamentar nunca quis ser presidente da Câmara Municipal. E disse que no próximo mandato continua não querendo. “Meu projeto é outro”, diz. “Vou continuar ajudando o município, trazendo recursos para ajudar a população como sempre fiz”, completa.Sobre sua passagem na presidência da Associação das Câmaras Municipais de Mato Grosso, Edileuza enfatiza que conseguiu erguer a entidade, mesmo tendo quem fale o contrário. “A Associação não tinha nada. Consegui um gabinete na Assembleia Legislativa, cursos, palestras, comprei um carro para os vereadores usarem quando vão à Cuiabá e uma audiência dos vereadores do Estado com o governador. Se eu quiser voltar, vou ter boa aceitação porque os vereadores do Estado sabem o que eu fiz”, observa.