Reportagem
No dia 30 de agosto celebramos o Dia Nacional do Perdão, um tema profundo que todos nós já enfrentamos na vida quando somos magoados, especialmente, por aqueles que amamos. Assim também como existem mágoas, raivas ou descontentamentos que sentimos em relação a nós mesmos. Estudiosos em todo o mundo têm se dedicado a explorar o assunto e todas as suas implicações emocionais, com insights surpreendentes.
Para Tyler J. VanderWeele, diretor do Programa de Florescimento Humano em Harvard, perdoar significa substituir vingança por desejo de bem. Como podemos perdoar sem validar o comportamento ofensivo, e ainda assim, libertar-nos do peso emocional que nos impede de seguir em frente? Será realmente possível alcançar essa transformação?
A neurociência já comprovou que a prática do perdão pode reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, proporcionando alívio emocional e físico. Ativar essas emoções pode alterar as redes cerebrais associadas ao processamento do ressentimento e da vingança. Perdoar não apenas transforma a dinâmica entre duas pessoas, mas também desencadeia uma série de eventos dentro do cérebro humano, pois quando somos feridos por alguém, nossos cérebros ativam regiões associadas à dor emocional.
Um estudo conduzido pela Universidade da Califórnia, demonstrou uma redução de 17% nos sintomas de depressão ao longo de um ano, além de um aumento de 13% na inteligência emocional e melhorias na comunicação no ambiente de trabalho, tudo resultado do perdão.
“Quando entramos em um ciclo sem fim de mágoa que alimenta a raiva, que por sua vez alimenta a vingança, acabamos alimentando nosso próprio sofrimento”, explica Capelas. "Por isso, é tão importante perdoar”, observa Heloísa Capelas tem se dedicado ao tema perdão há quase 40 anos.
No entanto, não é fácil. O autoconhecimento desempenha um papel fundamental nesse processo, permitindo-nos compreender nossas emoções, identificar gatilhos, explorar suas origens, reinterpretar o passado e cuidar da saúde mental. Perdoar é um processo complexo e contínuo, repleto de aprendizados ao longo do caminho.