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Variedades Sexta-feira, 13 de Julho de 2018, 00:00 - A | A

13 de Julho de 2018, 00h:00 - A | A

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Mocinha moderna



por Luana Borges
TV Press

Os olhos azuis de Isabella Santoni são marcantes. Mas é o jeito despretensioso da atriz de 23 anos que mais chama atenção. Alegre e simpática, ela demonstra encarar a vida com leveza. Ao mesmo tempo, é pragmática com as responsabilidades da carreira. “A gente não vence nunca. Está sempre em processo, aprendendo e correndo atrás”, afirma. Enquanto Isabella expõe suas opiniões e busca por seus objetivos desde nova, as personagens femininas de “Orgulho e Paixão”, novela das seis que se passa no início do Século XX, dão os primeiros passos em direção à independência. Na pele de Charlotte, a atriz se depara com uma série de questionamentos sobre as transformações do papel da mulher na sociedade. E de uma coisa ela tem certeza: nasceu na época certa. “Não gostaria de ter vivido no período da novela. Sou de agora! Mas, apesar de antiga, a história parece contemporânea porque as mulheres continuam lutando por seus direitos, continuam querendo trabalhar e, muitas vezes, são reprimidas”, lamenta.
Na trama, Charlotte vive às turras com Uirapuru, malandro interpretado por Bruno Gissoni que sempre engana as mulheres que passam por seu caminho. A personagem de Isabella foi uma das várias que se deixaram levar pela “lábia” do rapaz. Depois de perder a virgindade fora do casamento, Charlotte foi morar em Londres com o pai, Lorde Williamson, de Tarcísio Meira, para tentar se recuperar da decepção amorosa. Mas volta ao Brasil sedenta por vingança e conta com os conselhos do irmão mais velho, Darcy, protagonista de Thiago Lacerda. “Agora, minha personagem vem criando uma independência, principalmente afetiva, porque passou um grande tempo presa a esse homem que a manchou”, afirma. Nas ruas e nas redes sociais, a atriz percebe a torcida do público. “As pessoas falam para mim: ‘a Charlotte tem de largar dele! Ela merece coisa melhor!”, diverte-se.
Transportar-se para uma trama de época requer alguns cuidados. Um deles está na caracterização e Isabella tira proveito disso na hora de incorporar os trejeitos de Charlotte. Por se tratar de uma jovem que morou na Inglaterra, seus vestidos têm um toque mais moderno, com mistura de tecidos e alguns detalhes em amarelo. A cor, inclusive, era vista nas pinturas de antigamente como uma mancha, como se algo estivesse errado na obra. “Como Charlotte teve relação antes do casamento, tem essa caraterística na roupa dela. São pequenos detalhes que a gente como público não sabe, mas que fazem toda a diferença”, explica.
Desde que estreou como protagonista da temporada de 2014 de “Malhação”, Isabela conseguiu se manter no ar com frequência. E conquistou papéis relevantes em produções como “Ligações Perigosas” e “A Lei do Amor”. Na última, aliás, teve de lidar com duras críticas sobre sua atuação como a mimada Letícia. A experiência não chegou a traumatizar a atriz, que prefere não se apegar aos comentários negativos e nem aos elogiosos. “Se você se prender ao que falam de mal, não vai viver e vai sempre deixar de fazer algo que gosta para agradar. Com cuidado, sabendo ouvir, as coisas fluem”, avisa ela, que saiu da casa dos pais aos 15 anos para investir na carreira de atriz. Na época, Isabella morava em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e se mudou para Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na casa de um tio, para estudar interpretação na Casa das Artes de Laranjeiras. Paralelamente, precisou terminar o Ensino Médio. Para dar conta de tudo, pediu transferência da escola particular que frequentava para uma pública que ficava mais perto de casa. Apesar das dificuldades, conseguiu ser aprovada para a faculdade de Teatro na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). “Esse período na escola pública foi um choque de realidade. Era bom ver a galera da minha sala que corria atrás, que cobrava do professor. Infelizmente, a gente não tem uma educação legal no Brasil”, lamenta.

“Orgulho e Paixão” – Globo – De segunda a sábado, às 18h45.

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